A palavra – dom divino concedido
somente ao ser humano – é a ferramenta mais importante da comunicação. Cores,
sinais, imagens falam menos que as palavras. Quando a propaganda diz que uma
imagem fala mais do que mil palavras, não é verdade. Uma imagem falaria muito
mais do que mostra, se fosse interpretada com palavras que revelariam os
achados na múltipla emoção de todos que a vissem e sobre ela falassem.
Por ser tão importante, a palavra é
faca de dois gumes. Com ela podemos elogiar e difamar, maldizer ou elogiar,
dizer a verdade ou propagar a mentira. Ela está presente nas armações com o
diabo e nos monólogos com Deus. Mal usada, ela fere mais que uma espada e faz
desafetos eternos.
A liberdade de expressão é um direito
de todos. A liberdade de imprensa, que é uma forma de expressão, deve ser
mantida a qualquer custo por ser um direito de todos e uma exigência da
democracia. Embora seja alvo de censura e cerceamento, ela não constitui uma
ameaça, pois à medida que um articulista se manifesta, ele é julgado por suas
próprias palavras. Aquele que se aproveita da força da palavra para publicar
inverdades ou maledicências, acarreta o descrédito para si mesmo. Quanto mais
um comunicador fala disparates, mais vai minando sua credibilidade junto aos
leitores. Ao vulgarizar a palavra, é ele que se vulgariza. Por isso, o escritor
ressaltou: “Cuide que sua palavra seja melhor que seu silêncio.”
Em meio ao calor da atual situação
política de Caratinga, o ilustre advogado Dr. Mauro Bomfim, em entrevista, usou
uma expressão que não combinou com a imagem que delineamos dele. Usou mal a palavra. Esqueceu-se da ética.
Filho do saudoso e competente
causídico Dr. Afrânio Bomfim, recebeu do pai exemplos de trabalho brilhante nas
lides forenses, e de cidadão compromissado com o bem no convívio com todos que
o conheceram. De família religiosa,
assistiu ao cultuar dos valores eternos. Em artigos publicados, manifestou
admiração pelo primo Deputado Dênio Moreira e sua caminhada política enobrecedoras do nosso passado. Vindo de um berço de grandezas e tendo lido as
melhores lições de hombridade, causou-me estranheza sua observação que
desagradou a muitos. Logo ele que deveria compreender, mais do que ninguém, a legitimidade
do episódio.
Quero acreditar que a expressão de mau
gosto em momento impróprio, deveu-se a uma piada vazada da mesa de bar para a publicidade. Uma lástima!