Ao
lembrar Nossa Senhora, cobre-nos uma aura de alento e paz vinda de sua figura
maternal. Ao longo dos séculos, é
cultuada na Igreja como protetora e intercessora diante da Trindade Santa.
A devoção a Maria surge da realidade
da sua maternidade divina e do papel que Cristo lhe reservou na história da
salvação. Se o próprio Deus fez dela o
canal por meio do qual nos veio o Redentor, é natural que usemos do mesmo canal
para chegar a Ele. O caminho que trouxe Jesus é o mesmo que usamos para tocar o
Divino. Nossa Senhora é, pois, o
caminho aberto pelo Pai. Ela mesma reconheceu que sua importância veio da
grande dita de ser a mãe de Cristo: “A minha alma engrandece ao Senhor e exulta
o meu espírito em Deus, meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade de sua
serva, doravante todas as gerações me chamarão de bem-aventurada.”
Antes de século IX o culto a Nossa
Senhora já existia na Palestina e Alexandria, retratado em pinturas rurais, nas
catacumbas e na oração “Sub tuum praesudium” que foi encontrada num antigo
papiro egípcio no final do III. Santos,
poetas e pintores de todos os tempos expressaram sua devoção em textos e telas
magníficos. Em São Lucas, as referências
a Maria são carregadas de autenticidade porque foram resultado de acurada
pesquisa. Muitos estudiosos admitem a versão de que ele teria visitado a Virgem
Maria. Sendo médico, escritor e também pintor, teria transposto para telas
vários retratos de Nossa Senhora, em especial o lindo quadro conhecido
como Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Seu trabalho estaria preservado em Roma na “Santa Maria Magiore.”
A Virgem é Mãe de Deus – Theotokos –
por isso a devoção a Ela tem caráter cristológico. Só a Deus devemos adoração, aos santos e a
Maria devemos devoção.
O Concílio Vaticano II - que projetou
luzes novas sobre a Igreja – no capítulo VIII da Constituição Dogmática, fala
do culto a Virgem Maria: “Exaltada pela graça do Senhor é colocada logo depois
de Seu Filho, acima dos anjos e santos. Com razão, é venerada com culto especial.” A Igreja fomenta o culto a Ela, sobretudo, litúrgico,
e nos incentiva a fazer exercícios de piedade, festas e datas em Sua homenagem.
O catecismo da Igreja Católica
publicado em 11/10/1992 oferece um resumo sobre o culto a Nossa Senhora no
número 971, tendo como base o Concílio Vaticano II e a Exortação Apostólica
“Marialis Cultus”,recordando-nos a piedade mariana como culto intrínseco ao
culto cristão.
A história da Igreja registra figuras
importantes de santos e papas que deixaram marcas da devoção à Santíssima
Virgem.
João Paulo II, devoto de
Nossa Senhora a quem agradeceu, a cada instante de sua vida, o milagre de ter
sido salvo, depois de alvejado por um disparo de arma. Suas palavras buscam o evangelho: “Ao pedir ao
discípulo predileto que tratasse Maria Santíssima por mãe, Jesus instituiu o
culto mariano.”
São José Maria Escrivá, fundador
da Opus Dei e devoto caloroso de Maria, resumiu: A devoção a Maria Santíssima
ocupa o primeiro lugar depois da Santíssima Trindade. Mais do que Ela, só Deus!
Se empreendermos um caminho a Maria, seguramente chegaremos a Jesus.
Padre José de Anchieta, que
será canonizado proximamente, escreveu um poema dedicado a Nossa Senhora, nas
areias da praia de Iperoig, contendo 5786 versos. Depois de ter sido libertado como refém e de
ter se conservado casto em face de muitas tentações, sua poesia é puro
reconhecimento.
São Bernardo, declarado
doutor da Igreja por suas pregações e obras escritas, e autor da oração do
Lembrai-vos, tão popular entre os fiéis e rica em confiança na intercessão da
Virgem, assegurou ter convertido muito
mais almas por meio da Ave Maria que por meio de seus sermões.
São Luís Maria Grignion de
Monfort – fidelíssimo devoto da Mãe, disse: “Quando o Espírito Santo encontra Maria
Santíssima numa alma, sente-se atraído por ela e nela faz morada.”
São Francisco de Sales
expressou-se: “Ninguém terá a Jesus Cristo por irmão, que não tenha a Santíssima
Virgem por mãe.”
Santo Hilário proclamou: “A
maior alegria que podemos dar à Virgem, é levar Jesus Eucarístico em nosso
peito.”
Muitas orações louvam a Maria
Santíssima. A oração do Ângelus e o Rosário são tradicionais e rezados ao longo
dos anos. Outras preces foram surgindo, inclusive o Lembrai-vos e a Ladainha.
Nossa Senhora recebe muitos nomes e
títulos. São frutos de nossa devoção, reverência, aclamações. Expressam
louvores, gratidão e amor. Vários nomes
referem-se aos lugares de Suas aparições.
Sendo a onipotência suplicante, traz
do céu para nós graças e milagres.
Confiantes, pedimos-lhe nesta quaresma- preparação para a morte e
ressurreição de Seu Filho- que afaste a violência que tem se espalhado de forma
espantosa em nosso país. Olhe pelas crianças, tão indefesas, sofrendo abusos e
maus tratos. Logo as crianças que deveriam ser protegidas, que são o amanhã e
fonte de esperanças. Logo elas
apresentadas por Jesus Cristo como
modelo a imitar, se quisermos entrar no
Reino do Pai.
Nossa Senhora, rogai por nós.