domingo, 30 de março de 2014

Lembrando Nossa Senhora


Ao lembrar Nossa Senhora, cobre-nos uma aura de alento e paz vinda de sua figura maternal.  Ao longo dos séculos, é cultuada na Igreja como protetora e intercessora diante da Trindade Santa.
          A devoção a Maria surge da realidade da sua maternidade divina e do papel que Cristo lhe reservou na história da salvação.   Se o próprio Deus fez dela o canal por meio do qual nos veio o Redentor, é natural que usemos do mesmo canal para chegar a Ele. O caminho que trouxe Jesus é o mesmo que usamos para tocar o Divino.    Nossa Senhora é, pois, o caminho aberto pelo Pai. Ela mesma reconheceu que sua importância veio da grande dita de ser a mãe de Cristo: “A minha alma engrandece ao Senhor e exulta o meu espírito em Deus, meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade de sua serva, doravante todas as gerações me chamarão de bem-aventurada.”
          Antes de século IX o culto a Nossa Senhora já existia na Palestina e Alexandria, retratado em pinturas rurais, nas catacumbas e na oração “Sub tuum praesudium” que foi encontrada num antigo papiro egípcio no final do III.  Santos, poetas e pintores de todos os tempos expressaram sua devoção em textos e telas magníficos.  Em São Lucas, as referências a Maria são carregadas de autenticidade porque foram resultado de acurada pesquisa. Muitos estudiosos admitem a versão de que ele teria visitado a Virgem Maria. Sendo médico, escritor e também pintor, teria transposto para telas vários retratos de Nossa Senhora, em especial o lindo quadro conhecido como  Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Seu trabalho estaria preservado em Roma na “Santa Maria Magiore.”
          A Virgem é Mãe de Deus – Theotokos – por isso a devoção a Ela tem caráter cristológico.  Só a Deus devemos adoração, aos santos e a Maria devemos devoção.
          O Concílio Vaticano II - que projetou luzes novas sobre a Igreja – no capítulo VIII da Constituição Dogmática, fala do culto a Virgem Maria: “Exaltada pela graça do Senhor é colocada logo depois de Seu Filho, acima dos anjos e santos. Com razão, é venerada com culto especial.”  A Igreja fomenta o culto a Ela, sobretudo, litúrgico, e nos incentiva a fazer exercícios de piedade, festas e datas em Sua homenagem.
          O catecismo da Igreja Católica publicado em 11/10/1992 oferece um resumo sobre o culto a Nossa Senhora no número 971, tendo como base o Concílio Vaticano II e a Exortação Apostólica “Marialis Cultus”,recordando-nos a piedade mariana como culto intrínseco ao culto cristão.
          A história da Igreja registra figuras importantes de santos e papas que deixaram marcas da devoção à Santíssima Virgem.
João Paulo II, devoto de Nossa Senhora a quem agradeceu, a cada instante de sua vida, o milagre de ter sido salvo, depois de alvejado por um disparo de arma.  Suas palavras buscam o evangelho: “Ao pedir ao discípulo predileto que tratasse Maria Santíssima por mãe, Jesus instituiu o culto mariano.”
São José Maria Escrivá, fundador da Opus Dei e devoto caloroso de Maria, resumiu: A devoção a Maria Santíssima ocupa o primeiro lugar depois da Santíssima Trindade. Mais do que Ela, só Deus! Se empreendermos um caminho a Maria, seguramente chegaremos a Jesus.
Padre José de Anchieta, que será canonizado proximamente, escreveu um poema dedicado a Nossa Senhora, nas areias da praia de Iperoig, contendo 5786 versos.  Depois de ter sido libertado como refém e de ter se conservado casto em face de muitas tentações, sua poesia é puro reconhecimento.
São Bernardo, declarado doutor da Igreja por suas pregações e obras escritas, e autor da oração do Lembrai-vos, tão popular entre os fiéis e rica em confiança na intercessão da Virgem,  assegurou ter convertido muito mais almas por meio da Ave Maria que por meio de seus sermões.
São Luís Maria Grignion de Monfort – fidelíssimo devoto da Mãe, disse: “Quando o Espírito Santo encontra Maria Santíssima numa alma, sente-se atraído por ela e nela faz morada.”
São Francisco de Sales expressou-se: “Ninguém terá a Jesus Cristo por irmão, que não tenha a Santíssima Virgem por mãe.”
Santo Hilário proclamou: “A maior alegria que podemos dar à Virgem, é levar Jesus Eucarístico em nosso peito.”
          Muitas orações louvam a Maria Santíssima. A oração do Ângelus e o Rosário são tradicionais e rezados ao longo dos anos. Outras preces foram surgindo, inclusive o Lembrai-vos e a Ladainha.  
          Nossa Senhora recebe muitos nomes e títulos. São frutos de nossa devoção, reverência, aclamações. Expressam louvores, gratidão e amor.  Vários nomes referem-se aos lugares de Suas aparições.
          Sendo a onipotência suplicante, traz do céu para nós graças e milagres.  Confiantes, pedimos-lhe nesta quaresma- preparação para a morte e ressurreição de Seu Filho- que afaste a violência que tem se espalhado de forma espantosa em nosso país. Olhe pelas crianças, tão indefesas, sofrendo abusos e maus tratos. Logo as crianças que deveriam ser protegidas, que são o amanhã e fonte de esperanças.  Logo elas apresentadas por Jesus Cristo  como modelo a  imitar, se quisermos entrar no Reino do Pai.
          Nossa Senhora, rogai por nós. 




               

quinta-feira, 13 de março de 2014

A Igreja festeja o papa Francisco


O papa Francisco completa 1 ano de permanência na cátedra de Pedro. A Igreja comemora o fato com alegria.
Estão ainda vivos na memória, aqueles instantes sublimes de expectativa e preces.  Depois da fumaça branca anunciando a escolha, os sinos e a comoção do mundo católico eram agradecimentos e fé. O anúncio de seu nome causou surpresa por não constar da lista dos mais cotados para o cargo.  Com simpatia e simplicidade, acolheu os aplausos, rezou com a multidão um Pai Nosso e pediu: rezem por mim.
Sorridente, mas firme, deu continuidade à missão de pescador de almas, revestida, naquele momento, de maior trabalho e responsabilidade.
Sob o impacto, ainda recente, da corajosa e humilde renúncia do papa, agora emérito, Bento XVI, o recém-eleito representava a esperança. Todos os corações voltaram-se para ele, porque em suas mãos estavam as diretrizes e a reforma urgente da Igreja.  
Só mesmo o Espírito Santo poderia ter inspirado uma escolha tão acertada e divina.  Nosso papa tem sido verdadeiramente um outro Cristo.
Simples, generoso, alegre, tem conquistado o mundo inteiro, mesmo fiéis de outros credos.  No entanto, o que mais tem sido tocante e exemplar é sua opção pela periferia. Não só a periferia geográfica, mas a periferia existencial: os pobres, os doentes, os sofredores, os pecadores, os injustiçados, os ignorantes. A estes, dedica especial atenção e exorta a igreja para que faça o mesmo.    Ele deseja que todos, indistintamente, sejam uma só Igreja unida, um só corpo, um só coração.   Ele exemplificou esse ato amoroso, lembrando numa entrevista, que a mãe só pode gostar e entender o filho e fazer parte de sua vida, em contato com ele. Educar e amar por correspondência é diferente de estar sempre por perto. 
O papa é tão autêntico, que gosta de auscultar cada uma das ovelhas que cruzam seu caminho.  Sente-lhes a dor, enxuga-lhes as lágrimas com gestos concretos, e mostra-lhes que a Igreja de Cristo está aberta para todos.  Perguntado sobre questões cruciais sobre a moral respondeu: “se a pessoa é boa e quer se aproximar de Deus, quem sou eu para julgá-la”. A respeito dos casais no segundo casamento, ele prometeu fazer um estudo mais profundo sobre o assunto, mas adiantou que a participação deles na vida da Igreja é importante. E as pastorais já contabilizam um número imenso desses casais que  participam intensamente dos movimentos paroquiais.  
Tem empreendido as reformas da Igreja. Como as opiniões são diferentes, o papa nomeou comissões para ajudá-lo nessa tarefa árdua. 
Carismático, costuma atrair milhões de pessoas a seu redor. Todos desejosos de seu aperto de mão, seu riso manso e olhar terno.  Sua presença infunde tanto respeito e amizade, que na Jornada Mundial pela Juventude ocorrida no Brasil, além do grande número de participantes, o encontro transcorreu sem incidentes. Foi só festa e devoção.
Os hábitos modestos e a humildade do papa Francisco condizem com o nome que escolheu e com a congregação a que pertence. São Francisco de Assis foi o santo dos pobres e do desprendimento dos bens materiais. E, sendo jesuíta, assemelha-se aos primeiros catequistas de nosso povo, que nos legaram, sobretudo, a formação religiosa.
Agradecendo a Deus por nos ter dado um papa tão virtuoso e preparado para este novo tempo, pedimos que lhe dê saúde, fortaleza e sabedoria.  Que o acompanhem nossas orações e as inspirações do alto. Que ele possa restaurar a Igreja que Cristo fundou e regou com seu precioso sangue.