domingo, 25 de abril de 2021
Livro – conhecimento e prazer
segunda-feira, 19 de abril de 2021
Roberto Carlos – 80 anos
Roberto
Carlos está completando 80 anos de vida.
Muitas homenagens estão sendo preparadas para esse cantor e compositor
brasileiro considerado “O Rei” da música romântica.
Nasceu
em Cachoeiro de Itapemirim, no Estado de Espírito Santo, no dia 19 de abril de
1941. Filho de um relojoeiro, Robertino Braga, e da costureira Laura Moreira.
Teve
uma infância modesta. Em 1947, ainda
criança, sofreu um acidente na linha férrea, perdendo a perna. Acontecimento
que o marcou e foi descrito na música “O
Divã”. Mas, embora triste, esse episódio não o atrapalhou na conquista do
sucesso, pois sua alma guerreira só se move para o alto.
Roberto
foi líder do movimento musical chamado Jovem Guarda dos anos 60, que o elevou
ao status de ídolo da geração. Com ele estiveram Erasmo Carlos e Wanderléa, e
juntos fizeram parte do primeiro movimento musical de rock brasileiro. Celebrava uma grande amizade com Erasmo
Carlos, que foi seu parceiro em muitas composições musicais.
Além
de cantor e compositor, participou de muitos filmes e festivais no Brasil e em
outros países. Ganhou o Festival da Canção na Itália, que foi um retumbante
sucesso. Todo ano ele lança um disco inédito e faz uma apresentação na Globo. É
o artista solo com mais álbuns vendidos na história da música popular
brasileira, incluindo gravações em espanhol, italiano, francês e inglês.
O
livro “Roberto Carlos em Detalhes” do jornalista e historiador Paulo César
Araújo, foi lançado em 2006. A obra foi recolhida das livrarias depois que
Roberto recorreu à Justiça alegando invasão de privacidade e admitindo que a
biografia não foi autorizada.
Sua
vida amorosa foi bastante movimentada. No período da Jovem Guarda, consta que
ele teve um caso passageiro com Maria Stella Splendore, então mulher do famoso
estilista Dener. Há possibilidade de o cantor ser pai da filha de Maria Stella,
Maria Leopoldina Splendore Pamplona de Abreu. Isso teria sido o pivô da
separação de Dener e Maria Stella.
O
cantor, segundo pesquisa, teve casos efêmeros com Maysa, Sílvia Amélia Chagas e
Sônia Braga. Em 1968 casou-se em Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, com Cleonice
Rossi, com quem teve dois filhos: Roberto Carlos Segundo, chamado de O
Segundinho, e Luciana. Segundinho nasceu com glaucoma de difícil tratamento. Roberto
assumiu a paternidade de Ana Paula Rossi Braga, filha da sua mulher com um
namorado que não quis assumir a paternidade.
Teve
um romance com Miriam Rios com quem manteve um casamento de 11 anos. Em 1990
descobriu que de seu breve relacionamento com a modelo Maria Lúcia Torres
resultou um filho, Rafael Carlos Torres Braga, que ele assumiu através do teste
de paternidade.
Enfim,
o encontro de almas gêmeas ocorreu com Roberto e Maria Rita Simões, em 1996.
Segundo Roberto, foi o maior amor de sua vida. Casamento repleto de cuidados,
atenções, amor eterno. Ela morreu em 1999, deixando Roberto desolado e recluso
por muito tempo. Até hoje, Roberto fala de Maria Rita com saudades e
recordações que não morrem.
Ele
merece grandes homenagens por seu trabalho que encantou e encanta multidões.
Atualmente, tem público cativo e numeroso em suas aparições. Ninguém se esquece das músicas que serão
eternas no coração da gente. Algumas:
Detalhes, A distância, Cama e mesa, Lady Laura, Amada amante, Amigo, Proposta,
Outra vez, Cavalgada e outras.
Que
Deus abençoe nosso Roberto Carlos com saúde, alegrias, sucesso, inspiração,
paz. Que possamos por muitos anos,
ainda, ouvir suas canções que sempre nos remetem a momentos de ternura.
Marilene Godinho
segunda-feira, 12 de abril de 2021
Felicidade – uma busca constante
Todos
nós queremos ser felizes. A felicidade é definida como sendo um estado de
satisfação plena, bem-estar.
Felicidade
é uma palavra sempre presente em nosso dia a dia. Desejamos felicidade nos
cartões de Natal, de aniversário, de cumprimento e de visita. Desejamos
felicidade com tanto entusiasmo que nos parece possível entregá-la a outra
pessoa pelo simples desejo.
Muitos
dizem que não há felicidade, há momentos felizes. Outros discordam porque há
muitas pessoas felizes o tempo todo. A
felicidade é, muitas vezes, um estado de espírito que acompanha muita gente. É claro que há desejos, que realizados,
fazem a pessoa que desejou muito feliz. Ganhar na loteria, terminar o curso
superior, encontrar uma velha amiga, conhecer cidades e países em viagem turística.
Tudo isso são momentos que trazem felicidade. Mas acredito que a grande
felicidade é a felicidade interior que nos leva a nos sentirmos felizes em todo
tempo, e todo lugar. Ela não depende de dinheiro, embora o dinheiro – segundo
Carlos Drumond de Andrade – só não traz felicidade para quem não sabe gastá-lo.
Penso que sem dinheiro, sem poder comprar o necessário, sem poder dar ao filho
aquilo de que ele precisa e deseja, não traz felicidade.
Para
mim, os elementos da felicidade são Saúde, Paz, Amor, Dinheiro. Lembrando que o amor a que me refiro é o amor
de amigos, família e amor de namoro. Com esses elementos a felicidade acontece
com facilidade.
Sempre visitávamos uma família amiga de meu pai. Casa simples, um cafezinho com biscoito de polvilho, uma prosa boa. Um dia, a mãe dessa família disse que se sentia a mulher mais feliz do mundo com o que tinha, com a vida simples que levava ao lado do marido e dos filhos. Há, no entanto, outras pessoas que mesmo tendo tudo, sentem-se infelizes, reclamando de tudo.
Clarice
Lispector escreveu: “Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce,
dificuldades para fazê-la forte, tristeza para fazê-la humana e esperança
suficiente para fazê-la feliz.”
Há
sofrimentos na vida que tiram a felicidade. Certa mãe, grande amiga minha,
perdeu uma filha e disse que, desde então, nunca mais foi feliz. E a família
diz que realmente ela nunca mais sorriu, cantou ou brincou como antes.
A
felicidade, muitas vezes, tem de ser conquistada. Bons amigos, família unida, trabalho e
disposição para ser feliz. O amor é uma fonte de felicidade. Um poeta disse:
Quando o amor pedir um pingo de atenção, por favor, chova!
Na
grande parte do tempo, a felicidade vem de fatos pequenos, de coisas simples.
Quando meu irmão saiu do hospital, onde ficou internado por muitos dias, em estado
grave, disse: a única coisa que desejo é simplesmente estar em casa com minha
família. Quero apenas sentir a vida correndo sem grandes acontecimentos. Depois
de ter perdido a felicidade, só a reencontrou nas coisas simples.
Nestes
momentos de tanta dor por causa da pandemia, que tem levado vidas, e trazido
medo e sofrimentos, temos de arranjar momentos para sermos felizes. Encarar com
otimismo essa situação difícil, sabendo que um dia ela passará e voltaremos a
ser felizes novamente. Descobrir e inventar alegrias e calma para não deixar
morrer a felicidade. E a fé é a maior luz para encontrarmos a felicidade em
momentos de luta e lágrimas.
Marilene
Godinho
domingo, 4 de abril de 2021
Caratinga perde Agnaldo Timóteo
Morreu
ontem nosso querido ídolo, Agnaldo Timóteo. Filho amado de todos de nossa
terra, foi acometido da Covid-19 e não resistiu. Fragilizado pelo AVC do qual
estava ainda se recuperando e pela idade de 84 anos, seu organismo não
conseguiu reagir bem.
O
Brasil inteiro lamentou a perda irreparável. Depoimentos como os de Ronnie Von,
Moacir Franco, Artur Xexéo e outros mais, encheram a televisão de palavras elogiosas. Também Caratinga recebeu a notícia
de sua morte com lágrimas de uma inacreditável tragédia. Comuniquei seu
passamento a muitos amigos, e Monsenhor Raul disse que celebraria missa por
ele.
Agnaldo
amava Caratinga e nossa gente com a força de seu generoso coração. Em suas
apresentações, nunca se esquecia de nomear sua terra e amigos daqui.
Eu
choro e me emociono muito por ter sido um de meus melhores amigos. Nossa
aproximação aconteceu quando eu lhe fiz uma homenagem pelos 21 anos de
carreira. Coloquei no palco toda sua vida contada com arte. Houve danças, teatro,
música. E ele gostou muito de minha voz e queira que eu gravasse um disco. Fui
sempre protelando. Mas nossa amizade foi crescendo, e eu nunca mais fiz festa
sem ele. Na comemoração dos 100 anos da catedral, ajudei ao Monsenhor Raul nas
festividades, e trouxe o Agnaldo que deu show.
Ele nunca faltou às minhas festas de lançamento de meus livros. Sempre
presente com carinho e atenção. Na homenagem que fiz para o Padre Boreli, ele
veio e deixou a platéia de 912 pessoas encantada. Quando homenageei o Ziraldo com um desfile
das escolas nas ruas, Agnaldo fez a abertura cantando “os verdes campos de
minha terra”. Ziraldo chorou. Diante de
tanto sucesso dele, pensei em homenageá-lo, outra vez, mas com gestos de eternidade.
Humberto Luiz Salustiano Costa, também um grande amigo dele e meu, gostou da
ideia, que ele também já havia ventilado, e juntos reunimos um grupo de pessoas
e trabalhamos. Fizemos uma estátua do Agnaldo que hoje está na praça Getúlio
Vargas. Ele se sentiu muito feliz e
disse sobre a homenagem: “ Esse é
um sonho que eu nunca ousei sonhar.”
Nossa
amizade só foi crescendo e eu tive o prazer de recebê-lo muitas vezes em minha
casa. Telefonava-me quase todas as semanas e muitas vezes tomou o café da manhã
e almoçou comigo. No dia de ano de 2019 ele passou conosco e recordou sua
trajetória. Disse da dificuldade de ter sido reconhecido por causa dos
preconceitos. Contou-me do sucesso no Brasil e no exterior. Contou sobre sua
vida política e pormenores de sua rotina.
Quando
sofreu o AVC falei com seu sobrinho todos os dias, e rezei muito por sua
recuperação. Saiu bem da doença e já estava cantando sem sequelas. Gravou uma música de louvor a Deus e, antes
de se internar para o tratamento da Covid-19, cantou uma canção, composta por
ele, pedindo a Deus acabar com essa terrível pandemia.
Ele
foi um gigante como artista, cujo talento é reconhecido por todos. Sempre amou
Caratinga elevando-a aos píncaros das estrelas. Foi um filho abençoado cuidando
de Dona Catarina com o maior amor do mundo, chamando-a sempre quando se
apresentava, seja cantando, seja discursando em púlpito político. O “alô,
mamãe” já era quase uma oração. Foi um
irmão dedicadíssimo, sempre protegendo sua família. Caridoso, ajudava os cantores que ficavam
pobres depois da aposentadoria. Pagava caixões àqueles que morriam da
indigência. Dedicava carinho e presença
aos sobrinhos. Teve um filho adotivo, alvo de seu desvelo, e uma filha, a Kate,
que mereceu seus mimos.
Foi
uma pessoa intensa, forte e verdadeira. Ninguém precisava tentar adivinhar o
Agnaldo, pois ele era autêntico e dizia o que pensava, sem rodeios.
Enfim,
partiu nosso maior ídolo. Agora, só o ouviremos nas gravações. Nunca mais
teremos aquela presença simpática e sempre elegante com ternos requintados ou
roupas coloridas, mas sempre pronto, barbeado
e cabelo cortado pelo mesmo cabeleireiro de Sílvio Santos.
Por
tudo quanto semeou de bem, ele merece um lugarzinho no céu. Jesus disse: “A
casa de meu Pai tem muitas moradas”. Confiada na palavra de Cristo, sei que nosso
Agnaldo está num cantinho ao lado de Jesus desfrutando da alegria eterna. Junto
com Jesus ressuscitado, pois hoje é domingo de Páscoa, nosso querido cantor
também ressuscita com Ele, numa Páscoa eterna.
Em
minhas orações, agradeço a Deus por ter tido um amigo tão leal e carinhoso. E
ao Agnaldo, eu peço olhar por todos nós nesse tempo tão difícil em que
vivemos. Iremos agora viver de suas
lembranças e de uma imorredoura saudade.
Marilene
Godinho
domingo, 28 de março de 2021
O sorriso é uma bênção
Sorrir traz tanto bem que não pode ser esquecido. Ele é uma porta aberta, um raio de sol, um abraço que os lábios oferecem. Como é bom quando a gente é recebida com um sorriso, seja numa visita, numa reunião, num consultório médico, num encontro casual. O sorriso recebido anima-nos e nos ajuda a ficar de bem com a vida. Trabalhar com pessoas de fácil sorriso, torna os afazeres prazerosos, dissipando o cansaço e ensina-nos a sorrir, também, pois ele é contagioso. Depois ouvir uma anedota engraçada, o sorriso sai solto acariciando a alma.
Segundo psicólogos e médicos, sorrir rejuvenesce e aumenta a longevidade, pois movimenta a musculatura do rosto, ajudando a manter a elasticidade da pele. Sorrir diminui a intensidade de emoções negativas, como a tristeza, e relaxa o corpo inteiro. Alivia a tensão e o estresse e mantém os músculos relaxados por até 45 minutos.
Quando sorrimos, sentimo-nos automaticamente melhores, mais leves, menos pressionados. O sorriso é bom para quem sorri e para todos que o recebem. O sorriso libera endorfina, substância química associada ao bem-estar. Ela ajuda na saúde física, mental ajudando também o sistema imunológico, melhorando a resistência às doenças. E o melhor: faz bem ao coração. Quando sorrimos, o fluxo sanguíneo aumenta, melhorando a função dos vasos, o que protege contra os ataques cardíacos e problemas cardiovasculares.
Atualmente, as tristezas vindas da pandemia do coronavírus, têm nos tirado o sorriso constante, aquele espontâneo que aquece o coração. Até quando nos encontramos, de longe, com amigos, só fazemos um aceno de carinho, pois o sorriso fica atrás da máscara. E como tem feito falta o sorriso... Mas não podemos deixar de usá-lo, pelo bem que nos faz. É preciso inventar motivos para sorrir. Mesmo um sorriso amarelo, pequeno, poderá buscar alegria pela repetição. Vamos ler um livro gostoso e sorrir; vamos fazer palavras cruzadas e sorrir. Vamos telefonar para amigas ou amigos e sorrir. Vamos evocar momentos felizes do passado, da infância, e vamos sorrir. Vamos rezar e sorrir com a ternura de Jesus e Maria. Vamos inventar motivos para sorrir neste momento em que as vacinas chegaram e, daqui a pouco, estaremos felizes outra vez.
domingo, 21 de março de 2021
Agnaldo passa bem
Nosso querido Agnaldo Timóteo contraiu a Covid-19 e está hospitalizado no Hospital Casa São Bernardo, no Rio de janeiro. Conversei com sua irmã Ruth, que me atendeu com muita delicadeza. Disse que o estado de saúde de Agnaldo é grave, mas estável. Ele não está entubado e tem se alimentado bem.
Mais uma vez estamos em oração pela recuperação de nosso cantor maior. Há 2 anos ele sofreu um AVC e esteve muito mal. Recuperou-se e, sem grandes sequelas, já estava vivendo bem e até cantando com a mesma voz maravilhosa de sempre.
Agnaldo já havia tomado a primeira dose da vacina, mas a família acredita que ele tenha sido infectado porque foi cantar numa festa onde deve ter havido aglomeração e abraços dos fãs. O grande temor se estabelece porque ele tem 84 anos e ainda estava em recuperação do AVC. Embora exista um aspecto positivo: ele não fumava nem bebia. Passou vida inteira sem esses excessos.
Diante desse acontecimento, um alerta para nós. É preciso tomar as duas doses da vacina para garantir a imunidade. Lembrar que a vacina tem 50,26% de proteção. Isso significa que, mesmo vacinada, a pessoa tem de continuar adotando os cuidados, como usar máscara, álcool gel e evitar aglomerações. Não esquecer que a vacina só garante com segurança que a doença venha mais fraca. Não podemos descuidar, pois agora estamos na fase crítica da pandemia com um número imenso de infectados e mortos, além do aparecimento de novas variantes do coronavírus.
Continuaremos pedindo a Deus pela recuperação de Agnaldo. Merecemos vê-lo cantar por muito tempo ainda. É imenso o bem que ele faz com seu talento, pois sua música encanta e alenta.
Que Deus o abençoe mais uma vez devolvendo-lhe a saúde. Enquanto rezamos, passam em nossa mente o filho bom que ele foi para dona Catarina, o irmão companheiro que ele é, o amigo incondicional da terra que o viu nascer. E aqui ficamos aguardando sua visita que sempre acontece mercê seu grande carinho por Caratinga e nossa gente.
Marilene Godinho
domingo, 14 de março de 2021
Heróis da Saúde
domingo, 7 de março de 2021
Dia internacional da mulher
Dia
8 de março é o dia internacional da mulher. Muito justa a homenagem
considerando os sofrimentos, preconceitos e lutas da mulher durante séculos.
Considerando, também, as conquistas, mesmo que debaixo de batalhas e incompreensões.
Durante
séculos perdurou a imagem da mulher em condições equivalentes à de escrava; ser
livre era somente um direito dado ao homem. As funções principais femininas
eram a reprodução, a amamentação e a criação dos filhos.
Na
idade média havia grande perseguição às mulheres num movimento chamado “Caça às
Bruxas”. As bruxas eram as mulheres que agiam contra o tradicional e
inquestionável sistema. Houve até a publicação de um manual que fazia
referência ao texto sagrado sobre a criação da mulher, justificando sua
inferioridade por ter sido formada de uma costela defeituosa de Adão, por isso
ela seria um ser humano imperfeito.
No
século XIX veio o capitalismo e o desenvolvimento da tecnologia. Então, a
mulher pôde trabalhar nas fábricas, mas com remuneração pequena. Era um duplo
trabalho, pois as mulheres trabalhavam muito dentro e fora de casa.
As
mulheres sempre insatisfeitas desejavam que a situação de inferioridade
mudasse. E um rasgo de mudança aconteceu
a partir do Iluminismo e da Revolução Francesa.
Com
o desenvolvimento das cidades e do constante progresso, as mulheres puderam
fazer reivindicações para conseguirem direito semelhante ao dos homens. Mas
tudo era feito com medo e sempre recebiam represálias. O machismo, como sempre,
estava enraizado na alma do homem. No entanto, muitas mulheres conseguiram se
destacar pela força do temperamento forte, do talento e do desejo de melhorias
para a classe. Com esforço, conseguiram o direito de estudar e de votar. Aos
poucos foram marcando seu lugar na luta pela igualdade de direitos.
Um
dos pontos mais sofridos para a mulher foi, justamente, no convívio com os
maridos. Machistas e preconceituosos, tratavam as esposas com rispidez e até
com violência, certos de que elas não poderiam viver longe deles por não
trabalharem e, por conseguinte, não terem dinheiro para a manutenção delas e
dos filhos. Aliás, antigamente, a mulher que se separasse do marido era mal
vista pela sociedade e, às vezes, considerada prostituta. A culpa
da separação era sempre dela. Também as
traições que as mulheres tinham de suportar eram um calvário sem remédio.
As
conquistas foram chegando e a mulher, hoje, já adquiriu muitos direitos. Na
literatura, no emprego público e em outras ocupações, ela já mostrou sua grande
capacidade e talento. Muitas mulheres, ao longo da história, têm seu nome e
suas realizações marcantes. Mas ainda
temos um caminho de conquistas pela frente. Haja vista o feminicídio que tem
ceifado a vida de tantas mulheres pelos machistas sem ética e ainda acreditando
que ser homem é não deixar que a mulher seja valorizada e possa exercer seus
direitos. É uma questão de mentalidade, de conscientização. Como esses valores
não podem ser impostos, a situação vai se arrastando à espera de uma solução
efetiva.
Não
podemos deixar de mencionar os homens que sempre souberam respeitar a mulher.
Muitos eram gentis, educados e até apoiadores dos feitos dela.
Parabéns
a todas as mulheres! Que possamos continuar propondo nossos direitos e sermos a
parte sensível e amorosa da sociedade. Nossa grande alegria é a maternidade. Só
nós podemos conceber um ser humano, amamentá-lo e ensinar-lhe o caminho do
bem. Que mesmo em lutas, possamos ser a
ternura, a paz e o verdadeiro amor.
Marilene
Godinho
domingo, 28 de fevereiro de 2021
Relacionamento aberto
Atualmente
está cada vez mais adotado o relacionamento aberto entre os casais. Não é um
comportamento desconhecido. É sempre citado o relacionamento, no século
passado, dos filósofos franceses Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir. Viviam
em casas separadas, sem filhos e permitindo envolvimento amoroso com outras
pessoas.
Hoje
a relação aberta é adotada por muitos casais que justificam: “Os casais vêm
perdendo o interesse em se fechar em contato a dois, cheio de possessividade. O
amor na monogamia vai perdendo força com o passar do tempo, pois a grande
atração do princípio vai se diluindo com a rotina, e o amor vai se
transformando com o tempo de convívio”.
As
relações abertas modernas são consensuais e igualitárias praticadas por casais
que admitem contato sexual com outras pessoas, mas mantendo o esposo ou esposa
como prioridade.
A
psiquiatra Carmita Abdo – grande profissional no assunto – diz: “Há pessoas que
não se adaptam à exclusividade e precisam buscar alternativas para viver um
relacionamento saudável.” Carmita pondera: “Mas não é todo mundo que admite um
relacionamento aberto. Demanda muito equilíbrio entre as partes, comunicação,
maturidade e desapego.”
O
conceito de família começou a existir há cerca de 5 mil anos, com o estabelecimento
da propriedade privada e, consequentemente, com a herança. Daí veio a imposição
de fidelidade e o surgimento do amor romântico, que vigora até hoje.
A
juventude atual explora a sexualidade muito cedo e ainda conta com as redes
sociais e os aplicativos de namoro que aumentam a possibilidade de conhecer
outras pessoas e marcar encontros sexuais. Isso ajuda a desejar um casamento
aberto.
Acredito
que o casamento monogâmico faz com que a família esteja mais unida pela vida
toda. E isso é bom para os filhos e para o casal que pode fazer a união ser
eterna. Penso que o casamento aberto só ocorre para satisfazer o desejo sexual,
pois o carinho e a amizade são alimentados no casamento comum. O casamento
monogâmico acabará sendo um arranjo fora de moda.
Penso:
justamente a fidelidade sexual, que é tão importante, é que será retirada dos
relacionamentos abertos. E a infidelidade tem sido causa de tantos sofrimentos
e término de casamentos. Talvez por isso queiram inovar fazendo da fidelidade uma
condição sem importância.
Embora
se respeite os que adotam essa nova postura, será difícil entendê-la se somos
tradicionais e com a moral baseada nos ensinamentos religiosos. O tempo vai
contar se esse tipo de amor dará certo.
Marilene
Godinho
domingo, 21 de fevereiro de 2021
A pandemia favorece o divórcio
Segundo
as recentes pesquisas, está havendo muitos divórcios por causa da pandemia. De
acordo com os psicólogos, o convívio intenso durante o isolamento tem
sobrecarregado física e emocionalmente as famílias no Brasil e no mundo.
Nessa
época de pandemia, o divórcio é mais pedido pelas mulheres, segundo
estatísticas. E a reclamação frequente é a tripla jornada. Essas mulheres trabalham,
cuidam da casa e dos filhos. Não aguentam relacionamentos machistas, pois
muitos homens não ajudam em tarefas de casa.
O
aumento de convívio gera aumento de conflitos. Diante das separações,
perguntamos: Onde está o amor?
Lembro-me, então, do que disse um famoso psicólogo: “O amor não sustenta
um relacionamento, é o bom relacionamento que sustenta o amor.” Sabemos,
também, que o amor é como uma planta que necessita de água, sol , limpeza e
outros cuidados para crescer e ficar bonita.
Antes,
os casais levavam bem as diferenças porque não passavam o tempo todo juntos.
Saíam para o trabalho, para encontrar amigos, para uma escapadela que dava
leveza ao relacionamento em casa. Agora, não. No contexto de união absoluta,
coisas pequenas ficam grandiosas. Ele fuma demais, ele não levanta bem a tampa
do vaso sanitário, briga muito com os filhos. Ela reclama muito, distrai das
tarefas de tanto que fica no celular, não procura fazer pratos variados para as refeições.
A
causa maior desses divórcios está no que afirmam os psicólogos: os divórcios,
nessa época, ocorrem com casais que já enfrentavam problemas antes. O convívio
intenso só aumentou os problemas já existentes.
O lockdown levantou o véu que ofuscava a verdade sobre alguns
casamentos. Pois, na verdade, há muitos
casais que continuam unidos e muito bem. A pandemia os uniu porque souberam
usar o relacionamento como recurso nesse momento de crise. Os casais que
cuidaram do amor como planta rara, têm
conseguido passar bem esse período.
Uma
lição que a pandemia deixa para os casais. Desde
antigamente, o casamento é
considerado como uma conquista. Depois de realizado, os casais se
acomodam na sensação de que atingiram o objetivo. E não investem na relação,
não criam situações agradáveis na convivência, na motivação e no
romantismo. Quando na verdade, o casamento
é o início do processo de conquista.
Investir
na felicidade do casamento ajuda a manter o amor em qualquer situação.
Marilene
Godinho
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021
Campanha da Fraternidade
domingo, 7 de fevereiro de 2021
O aborto novamente em pauta
Há
pouco, a Argentina legalizou a prática do aborto no país. Estabelece que as
mulheres têm direito de interromper a gravidez até a 14ª semana de
gestação. Passa a ser o 67º país a ter o
aborto legalizado, argumentando que “o aborto seguro, legal e garantido por lei
amplia os direitos das mulheres e garante a saúde pública”.
Diante
dessa legalização, as discussões sobre o aborto retornam.
Por
ser católica, preocupo-me com a parte religiosa, sobre os ensinamentos de Deus.
Busco a doutrina oficial da Igreja que, sobre esse ponto, é terminantemente
contra, taxativa e se propõe como definitiva.
O ponto
principal da argumentação da Igreja é a defesa da vida, reiterada como um
princípio absoluto, imutável e intangível. A existência de uma pessoa humana,
sujeito de direitos, desde o primeiro momento da concepção, é o pressuposto
para se considerar a interrupção da gravidez como um ato homicida em qualquer
momento da gestação e sob quaisquer condições.
A sacralidade da vida humana e a condição da pessoa do embrião fundam a
condenação incondicional do aborto, integrando argumentos de ordem religiosa,
moral e biológica.
A
condenação da interrupção voluntária da gravidez funda-se numa proposição de
fé, segundo a qual a vida humana tem caráter sagrado por ser um dom
divino. O papa Paulo VI, citando Pio
XII, não deixa dúvidas: “Cada ser humano, também a criança no ventre materno, recebe
o direito de vida imediatamente de Deus, não dos pais, nem de qualquer
sociedade ou autoridade humana”. Atentar contra a vida é atentar contra o
próprio Deus. Do direito à vida derivam todos os outros direitos.
Uma
vez que, segundo o magistério da Igreja, desde o primeiro momento de fecundação
há uma pessoa humana completa, o aborto torna-se um ato moralmente inaceitável
e condenável, verdadeiro homicídio. E provocar a morte de um ser humano
inocente constitui uma situação de tríplice injustiça: contra a soberania de
Deus, único Senhor da vida; contra o próximo, que é privado do direito de
existir como pessoa; e contra a sociedade que perde um de seus membros.
O
documento de 1984 da CNBB: “Por ser um supremo dom natural de Deus, todo ser
humano deve ser preservado desde o primeiro instante da concepção, sustentada,
valorizada e aprimorada. São inaceitáveis, como atentado contra a vida humana,
o aborto, o genocídio, a eutanásia, a tortura, a violência física, psicológica
ou moral, assim como qualquer forma injusta de mutilação”.
No
Brasil, essa prática não virá tão cedo, pois os governantes e a maioria do povo
são contra o aborto. Preocupa-nos a situação atual dos Estados Unidos, pois o
novo presidente, Joe Biden, é a favor do aborto. Isso significa que o número de
mortes de crianças será imensamente grande. Considerando que a maioria das
mulheres faz do aborto um anticoncepcional e, pelas recentes pesquisas, mais de
20 mil crianças foram mortas por aborto, considerando os países que o adotam.
Só
nos resta rezar para que Deus nos ajude e ajude a tantas crianças que poderão
morrer. Os abortistas dizem que o aborto
é uma conquista da mulher. Imaginem, uma conquista de matar! E a vida continua e, a cada dia, vemos atos
absurdos acontecendo. Só mesmo um milagre poderá conter tantas vidas
interrompidas.
Os
católicos esperam que o papa Francisco pronuncie sobre o assunto, já que ele é
argentino e é uma voz potente digna de consideração. Quanto mais houver vozes
contra o aborto, mais as mulheres poderão se conscientizar, pois a lei que
legaliza o aborto não precisa ser usada pelas mulheres que não concordam com
ela.
Marilene
Godinho