quarta-feira, 18 de abril de 2012

Meu sertão, meu violão

Belarmino
Ritinha, minha Ritinha,
vem aí uma festaça!
Lá no crube Caratinga
vai saí inté fumaça !

Sinhá Rita
Me conta tudo, meu bem,
sô doida com festa chic.
Só de pensá no glamur
dô inté estrimilique.

Belarmino
Lucrécia e a Bia Mussi
já estão com tudo em cima,
só pra fazê homenage
ao nosso Tião de Lima.

Sinhá Rita
Que beleza! Parabéns!
Isso já tava fartano.
Uma festa pro Tião
já tava é demorano!

Belarmino
Nóis somos é muito ingrato
de esquecê nosso Tião,
o seu lugá é de ouro
bem dentro do coração.

Sinhá Rita
Ele elevô Caratinga
com as noites de salão,
feiz festa bem requintada
de beleza e emoção.

Belarmino
O troféu Tião de Lima
vai brindá gente das boa!
Ele que tá lá no céu
vai ficá é rino  à toa.

Sinhá Rita
Vamos todos prepará!
Ta chegano o tar momento!
Pois o evento esperado
será um deslumbramento!

Belarmino
Vamos pro nosso cantinho
e pensá nessa festança!
No Palácio de Cristal
vai tê tudo quanto é dança.

Sinhá Rita
Enquanto a festa não vem,
o melhor é nóis sonhá,
pois no dia do Tião
nada vai nos segurá!

Aborto – difícil decisão

          O aborto tem sido um tema espinhoso pela dificuldade em ser aceito, e polêmico por implicar pros e contras. Nos debates, confrontam-se religião, ética e ciência.
          Atualmente, o assunto volta à tona por motivo específico. Trata-se da legalização, pelo STF, do aborto de anencéfalos, os fetos sem cérebro.
        Os que são a favor da legalização, argumentam ser constrangedor permitir à mulher carregar por nove meses um filho que não viverá mais que algumas horas após o nascimento. Ao saber da anomalia do feto, a mãe terá um tempo de gravidez sofrido e desesperançoso no aguardo da morte e não da vida. Também, nada há mais importante que a liberdade. Nestes tempos de ascensão da mulher, nada mais libertador que a possibilidade de eleger.
           Os que se posicionam contra, geralmente religiosos cristãos, argumentam ser a vida um dom de Deus, do nascimento à morte.  Consideram assassinato, mesmo ao feto de poucos dias de concepção, pois, não importando o tempo, ele é uma perspectiva de vida e guarda todas as características de um ser completo. É antiético matar, mesmo o feto anencéfalo que, embora tenha anomalia, é um ser vivo enquanto no útero materno.
          Os moderados, finalmente, deixam à mulher a última palavra.  Se ela não quiser abortar, não será obrigada a fazê-lo. Só por existir a lei que legaliza o procedimento nessas condições, não significa que todas as mulheres que fecundam anencéfalos devam abortá-los.
          O assunto parece resolvido, mas, na prática, há um longo caminho a vencer. Primeiro, o diagnóstico tem de ser 100% correto. Depois, será preciso garantir atendimento médico-hospitalar e disponibilizar acompanhamento psicológico à gestante. É bom lembrar das inúmeras pesquisas a mostrar um número grande de mulheres que, ao recorrer ao aborto, mesmo de anencéfalos,  ficaram com marcas profundas para a vida inteira. Vale também lembrar que o procedimento, mesmo com a aprovação da lei, é uma agressão ao feto e à mulher.
          O atendimento pelo SUS terá de ser eficiente, do contrário a gestante pobre – causa dos argumentos a favor do aborto – não será facilmente beneficiada.
       Em face dos valores morais e religiosos, a família – lugar onde todos nós recebemos ensinamentos e exemplo, deverá ficar atenta, mais ainda,  à formação dos filhos. Só tendo bons princípios, vivência da ética e segurança, é que a mulher poderá decidir sobre assunto tão relevante, sem sofrimentos e trauma.
         Imaginando as violências de nosso tempo e a crescente corrupção, não faltarão médicos charlatães que farão qualquer tipo de aborto como sendo de anencéfalos para beneficiar mulheres desonestas.  Aborto como forma de contracepção que já existe aos montes...