Sempre
achei certo homenagear pessoas em vida, por acreditar em que o gesto constitui
incentivo, reconhecimento e exemplo enquanto o homenageado pode usufruir do
carinho dos amigos ou de sua cidade.
Muitas
pessoas merecem homenagens, pois na história de cada um há lutas e abnegações
dignas de nota. No entanto, lembramo-nos mais dos que realizam obras notórias
para que seus feitos suscitem lições e sirvam de espelho à comunidade,
concorrendo também para o enriquecimento do acervo cultural da terra.
Nem
sempre conseguimos celebrar vidas e obras de pessoas merecedoras enquanto estão
entre nós. A morte precoce, por exemplo, impede-nos de lhes render louvores. É
o caso do querido e saudoso Tião de Lima. Nunca poderíamos pensar que aquele
rapaz tão jovem, entusiasmado e feliz pudesse nos deixar tão cedo. Mas ele merece uma homenagem póstuma.
Por
muitos anos promoveu realizações que marcaram época e fizeram nossa gente mais
alegre e participante de reuniões sociais. As noites douradas, sob sua batuta,
eram deslumbrantes e ficaram inesquecíveis. Depois dele, nunca mais vimos
festas tão brilhantes. Seu lugar continua vazio. E sua ausência grita dentro de
nós por um agradecimento e um afeto especial.
Ele
soube nos emocionar com o dom de elaborar instantes de encantamento. Promoveu
bailes memoráveis e realçava pessoas. Mulheres de Ouro, Homens de Ouro, Jovens
de Ouro, Destaques do Ano e tantos outros títulos que motivavam seus
eventos. Colhia êxito pelas comemorações
bem cuidadas. Ornamentação, música, personalidades, gente bonita, glamour,
serviço de bar, orquestras e alegria, muita alegria.
Tudo
transpirava bom gosto, em tudo havia aquele ar elegante, aquele jeito único de
reunir pessoas sob os holofotes da magia.
Ele
elevou nossa gente com seu trabalho, e não media esforços para elevar também os
filhos ilustres que moravam noutras terras. Saía daqui para qualquer lugar, não
importando a distância, para participar de celebrações nas quais Caratinga
estava envolvida.
Carismático,
sua presença era motivo de prestígio em qualquer ocasião. Seja num simples
almoço na casa da gente ou nas grandes badalações. Dotado de tantas qualidades
que o colocávamos no patamar mais alto de nossa admiração.
Possuía
trânsito livre nos mais diversos ambientes e convivia com todo mundo,
conquistando pessoas de todas as idades. Sabia dialogar e se fazer amar por
jovens, adultos, idosos. E, para cada um, tinha palavras boas acompanhadas
daquele sorriso largo, de bem com a vida.
Sua
página no Jornal de Caratinga era uma das mais lidas. Todos queriam ler e se
encontrar lá. E lá estávamos em acontecimentos mil retratados pela pena
generosa daquele escriba do bem.
Embaixador
da cultura e dos esfuziantes momentos dourados.
Passaram-se
muitos anos de sua partida e ainda estão vivas a lembrança de suas realizações
e a saudade que sempre vem tomar conta do coração toda vez que mencionamos seu
nome.
Estamos
devendo uma homenagem ao Tião. Não uma
festa passageira, mas um marco que possa perpetuar sua memória.
Convoco
o amigo Humberto Luiz Salustiano Costa – admirador do Tião e idealizador de
grandes homenagens.
Lucrécia
Gonçalves e Bia Mussi estão pensando no Troféu Tião de Lima. Espero que a ideia
não morra. Enquanto isso, vamos pensando em algo bem consistente que lembre a
alegria que o Tião colocou na vida de todos nós.