Atualmente
está cada vez mais adotado o relacionamento aberto entre os casais. Não é um
comportamento desconhecido. É sempre citado o relacionamento, no século
passado, dos filósofos franceses Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir. Viviam
em casas separadas, sem filhos e permitindo envolvimento amoroso com outras
pessoas.
Hoje
a relação aberta é adotada por muitos casais que justificam: “Os casais vêm
perdendo o interesse em se fechar em contato a dois, cheio de possessividade. O
amor na monogamia vai perdendo força com o passar do tempo, pois a grande
atração do princípio vai se diluindo com a rotina, e o amor vai se
transformando com o tempo de convívio”.
As
relações abertas modernas são consensuais e igualitárias praticadas por casais
que admitem contato sexual com outras pessoas, mas mantendo o esposo ou esposa
como prioridade.
A
psiquiatra Carmita Abdo – grande profissional no assunto – diz: “Há pessoas que
não se adaptam à exclusividade e precisam buscar alternativas para viver um
relacionamento saudável.” Carmita pondera: “Mas não é todo mundo que admite um
relacionamento aberto. Demanda muito equilíbrio entre as partes, comunicação,
maturidade e desapego.”
O
conceito de família começou a existir há cerca de 5 mil anos, com o estabelecimento
da propriedade privada e, consequentemente, com a herança. Daí veio a imposição
de fidelidade e o surgimento do amor romântico, que vigora até hoje.
A
juventude atual explora a sexualidade muito cedo e ainda conta com as redes
sociais e os aplicativos de namoro que aumentam a possibilidade de conhecer
outras pessoas e marcar encontros sexuais. Isso ajuda a desejar um casamento
aberto.
Acredito
que o casamento monogâmico faz com que a família esteja mais unida pela vida
toda. E isso é bom para os filhos e para o casal que pode fazer a união ser
eterna. Penso que o casamento aberto só ocorre para satisfazer o desejo sexual,
pois o carinho e a amizade são alimentados no casamento comum. O casamento
monogâmico acabará sendo um arranjo fora de moda.
Penso:
justamente a fidelidade sexual, que é tão importante, é que será retirada dos
relacionamentos abertos. E a infidelidade tem sido causa de tantos sofrimentos
e término de casamentos. Talvez por isso queiram inovar fazendo da fidelidade uma
condição sem importância.
Embora
se respeite os que adotam essa nova postura, será difícil entendê-la se somos
tradicionais e com a moral baseada nos ensinamentos religiosos. O tempo vai
contar se esse tipo de amor dará certo.
Marilene
Godinho