quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Ele merece

Sempre achei certo homenagear pessoas em vida, por acreditar em que o gesto constitui incentivo, reconhecimento e exemplo enquanto o homenageado pode usufruir do carinho dos amigos ou de sua cidade.
Muitas pessoas merecem homenagens, pois na história de cada um há lutas e abnegações dignas de nota. No entanto, lembramo-nos mais dos que realizam obras notórias para que seus feitos suscitem lições e sirvam de espelho à comunidade, concorrendo também para o enriquecimento do acervo cultural da terra.
Nem sempre conseguimos celebrar vidas e obras de pessoas merecedoras enquanto estão entre nós. A morte precoce, por exemplo, impede-nos de lhes render louvores. É o caso do querido e saudoso Tião de Lima. Nunca poderíamos pensar que aquele rapaz tão jovem, entusiasmado e feliz pudesse nos deixar tão cedo.  Mas ele merece uma homenagem póstuma.
Por muitos anos promoveu realizações que marcaram época e fizeram nossa gente mais alegre e participante de reuniões sociais. As noites douradas, sob sua batuta, eram deslumbrantes e ficaram inesquecíveis. Depois dele, nunca mais vimos festas tão brilhantes. Seu lugar continua vazio. E sua ausência grita dentro de nós por um agradecimento e um afeto especial.
Ele soube nos emocionar com o dom de elaborar instantes de encantamento. Promoveu bailes memoráveis e realçava pessoas. Mulheres de Ouro, Homens de Ouro, Jovens de Ouro, Destaques do Ano e tantos outros títulos que motivavam seus eventos.  Colhia êxito pelas comemorações bem cuidadas. Ornamentação, música, personalidades, gente bonita, glamour, serviço de bar, orquestras e alegria, muita alegria.
Tudo transpirava bom gosto, em tudo havia aquele ar elegante, aquele jeito único de reunir pessoas sob os holofotes da magia.
Ele elevou nossa gente com seu trabalho, e não media esforços para elevar também os filhos ilustres que moravam noutras terras. Saía daqui para qualquer lugar, não importando a distância, para participar de celebrações nas quais Caratinga estava envolvida.
Carismático, sua presença era motivo de prestígio em qualquer ocasião. Seja num simples almoço na casa da gente ou nas grandes badalações. Dotado de tantas qualidades que o colocávamos no patamar mais alto de nossa admiração. 
Possuía trânsito livre nos mais diversos ambientes e convivia com todo mundo, conquistando pessoas de todas as idades. Sabia dialogar e se fazer amar por jovens, adultos, idosos. E, para cada um, tinha palavras boas acompanhadas daquele sorriso largo, de bem com a vida.
Sua página no Jornal de Caratinga era uma das mais lidas. Todos queriam ler e se encontrar lá. E lá estávamos em acontecimentos mil retratados pela pena generosa daquele escriba do bem.
Embaixador da cultura e dos esfuziantes momentos dourados.
Passaram-se muitos anos de sua partida e ainda estão vivas a lembrança de suas realizações e a saudade que sempre vem tomar conta do coração toda vez que mencionamos seu nome.
Estamos devendo uma homenagem ao Tião.  Não uma festa passageira, mas um marco que possa perpetuar sua memória.
Convoco o amigo Humberto Luiz Salustiano Costa – admirador do Tião e idealizador de grandes homenagens.  
Lucrécia Gonçalves e Bia Mussi estão pensando no Troféu Tião de Lima. Espero que a ideia não morra. Enquanto isso, vamos pensando em algo bem consistente que lembre a alegria que o Tião colocou na vida de todos nós.