quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Dia do Ziraldo



          Dia 28 de outubro próximo iremos comemorar o aniversário natalício de nosso querido Ziraldo. Ele completa 80 anos e passará conosco a emoção dessa data especial.
          Cartunista, jornalista, chargista, desenhista, cineasta, apresentador de TV e, para nosso encantamento, é escritor de dezenas de livros infanto-juvenis lidos e apreciados pelo mundo inteiro.
          Pelo talento e por ser filho desta terra, achamos merecida a homenagem.
         Dia 27, sábado, teremos a abertura do 12º salão internacional de humor, às 19 horas na Casa Ziraldo de Cultura. Idealizado pelo EDRA, terá como tema: Ziraldo – Ao mestre com carinho.  Haverá lançamento de livros movimentando a noite.
Ziraldo – maluquices do maluquinho –  Marilene Godinho
Não só na lembrança – Maria do Carmo Arreguy Corrêa
Em família e outras histórias – Cátia Pereira Simões Sena
O rio da flor da mata – Antônio Soares Castor
          Dia 28, domingo, será o ponto alto da homenagem. Atendendo a um desejo de Ziraldo, acontecerá um desfile ao longo da Avenida Olegário Maciel com a participação de escolas, entidades, academias de dança, ginástica, corais e muita alegria.
          Convidamos o povo para essa festa. A presença e o aplauso de todos são a melhor forma de compartilhar e desejar felicidade.  Caratinga, cuja característica é o calor humano de sua gente, certamente nos ajudará a celebrar o filho ilustre, nosso orgulho e exemplo.
Voltaremos a falar.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

No escurinho do cinema…


         A pretensa demolição do Cine Brasil causou alvoroço na cidade. E com razão. Ele faz parte da Memória de Caratinga e é uma obra de arte. Inaugurado em l947 retrata o estilo arquitetônico da época.
          Guardar a Memória é guardar a história do povo e preservar sua identidade. Gente sem Memória é sem raízes. O povo sem passado é povo cujo futuro é sempre um recomeço sem lições.  Os países mais desenvolvidos do mundo sabem da importância de se preservar o passado, e guardam prédios importantes, artes e elementos originais de cultura como relíquias.
     Como exemplo, temos a catedral que foi tombada e preservou as características arquitetônicas da obra – belíssimo cartão postal da cidade. Também, o Palácio do Bispo que, restaurado, guarda a beleza do passado, e a antiga casa de Dr. Agenor Ludgero Alves transformada em Casa de Cultura pela família Leitão.   Muitas cidades erguem prédios guardando a carcaça da obra primitiva.
     Vejo muitas pessoas confundindo tombamento com demolição. Tombamento é a restauração da obra que poderá servir para os mesmos fins anteriores ou para outros fins de igual valia, sem descaracterizar os antigos valores. Demolição é destruir a obra.
          Dos tempos áureos do Cine Brasil, não há caratinguense que não tenha lembranças de filmes, espetáculos teatrais e cantores famosos passados por essa casa de espetáculos. Caratinga e redondezas viveram momentos inesquecíveis de entretenimento. Quantos casais se beijaram no escurinho do cinema… Não só saudades das inocentes carícias fazem a importância do local, mas toda a trajetória de progresso.
          Ainda bem que a justiça, sensível à questão, sabedora do valor de um bem histórico e atenta ao clamor do povo, suspendeu a ação. O tombamento – assinado antes pelo prefeito – dará melhor destino ao estabelecimento. 
          Manifestações de repúdio à demolição dão conta da insatisfação dos caratinguenses daqui e de todo país. Está visto: o Cine Brasil mora no coração da gente.
          No mesmo dia em que houve a questão do Cine Brasil, fomos sacudidos pela notícia do desligamento do Edra da Casa Ziraldo de Cultura. É difícil ver outra pessoa governando o tesouro que o Edra concebeu, lutou por ele e inaugurou depois de tantos esforços e tanta dedicação. Nós acompanhamos a realização do projeto, desde o nascimento à conclusão. Conhecemos de perto sua luta, seu idealismo, seu sofrimento mesmo. Sim. Muitas vezes o vimos triste diante das impossibilidades, das dificuldades que, a cada dia, se interpunham entre seu sonho e o desencanto. Mas com fé, lidas, orações da mãe santa e companheira, ele venceu etapas e seu ideal tomou forma e se fez verdade. Dirigia a Casa com zelo, entusiasmo e brilho nos olhos, recebendo visitantes e eventos a mostrar o benefício que o espaço trazia ao povo.
          Sabemos que o novo dirigente é capaz para exercer o cargo, mas o que está em jogo, não é a tarefa de conduzir o estabelecimento. Trata-se da ética – ciência do bem e do bom. Ela lida com valores e sua palavra de ordem é o respeito. E do respeito surgem outros valores, como a igualdade, a liberdade, a consideração. 
          A Casa Ziraldo de Cultura tem a cara do Edra e guarda a alma dele em cada canto, em cada detalhe. Penso que o novo dirigente vai se sentir um pouco deslocado, como se carregasse um anel apertado no dedo, ou um sapato largo no pé.
          Diante desse fato, meu pensamento busca Julimara, primeira-dama, que soube tão bem se conduzir por todo tempo do governo do marido. Lidamos com ela em muitas comemorações e no dia a dia, e sabemos da sensibilidade e elegância de seus gestos. Ela sempre considerou os valores eternos que devem nortear a conduta humana. Por sua força junto ao mandatário maior do município, sei que poderá intervir com sucesso e levar em conta o trabalho e o talento do Edra.   Aguardemos.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Duelo de Titãs


          Com vistas às eleições municipais, o quadro político acaba de ser definido. João Bosco não concorre à reeleição e o PT aponta Juarez Gomes de Sá com o vice ainda indefinido. Aluísio Palhares não se candidata a prefeito e ainda não se manifestou publicamente sobre apoio. Pelo visto, a disputa acirrada será mesmo entre Ernane e Marco Antônio. Será um duelo entre forças igualmente poderosas. Um duelo de titãs marcará a campanha.
          Eleitores dos dois lados torciam por um acordo entre ele, sabendo-se que tinham a mesma linha de pensamento e mesma parcela do eleitorado.  Companheiros desde sempre, Marco Antônio foi secretário de saúde no governo Ernane e dividiram  o mesmo palanque na eleição passada. Agora os dois que, se estivessem juntos, consolidariam uma vitória presumidamente expressiva, seguem separados.
          Ernane é um nome forte. Seu governo realizou obras, apoiou a Educação e Cultura de forma eloquente, consolidou a saúde com muitos melhoramentos. Foi um tempo de progresso e bem-estar da população. Traz como vice Rafael Lima, o Rafa, presença que soma por se tratar de um empresário de sucesso.
          Marco Antônio, figura também muito forte, traz na testa a estrela da honradez, juventude, valores familiares e esperança. É sangue novo a jorrar energia e ideias inovadoras. Traz na bagagem os bons serviços prestados como secretário de saúde nos governos Dário Grossi e Ernane, ganhando elogios e prêmio no âmbito nacional. Carrega ainda mais dois trunfos. O primeiro é o de ser caratinguense de nascimento e vida. Embora um bom prefeito independa desse fator, a de se cobrar de um filho legítimo da terra maior responsabilidade. O outro trunfo é o apoio do deputado Mauro Lopes. Um precioso apoio. Confere à candidatura de Marco Antônio segurança e força a futuros projetos. O vice é Odiel. Conhecedor do mundo político, já foi vereador e presidente da Câmara. Simpático e dinâmico, tem eleitores cativos.
          Aí  está uma difícil escolha, mas seguindo a Cartilha do Voto Consciente, editada pelo MAC, acharemos boas dicas.
          Uma certeza nos alenta: a campanha será de alto nível. Os candidatos são muito éticos e saberão se conduzir bem. Na verdade, proclamar defeitos não é construtivo e pode ser uma faca de dois gumes, isto é, tanto poderá prejudicar o adversário expondo seus erros, como ajudá-lo na condição de vítima. O que conta mesmo é apresentar uma boa e viável plataforma de governo.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Palpite infeliz


         Carlos Carraro despediu-se do público de seu programa no Super canal. Na última edição o comunicador esteve descontente defendendo-se das acusações que lhe foram feitas pelo jornal “O olheiro” – noticiário do Pará, apreendido logo depois de circular pela cidade.
        O assunto que me traz aqui hoje é sobre um pequeno ponto das acusações que – penso – merece considerações. Trata-se da humilhação. Odeio humilhações! E o articulista foi infeliz ao citar a pouca escolaridade como impedimento ao bom desempenho de uma profissão.
          É claro que, hoje, quem tem mais leitura e estudos terá maiores chances de sucesso profissional e pessoal. Mas daí a dizer que quem não tem diploma universitário não tem valor, é engano. E grande engano! Existe uma potencialidade chamada inteligência emocional. Um fator que alavanca qualquer pessoa rumo a seus objetivos. Na prática, ela significa garra! E quem a tem rompe barreiras e chega lá!  Até pessoas com diploma superior e mestrado necessitam dessa garra para vencer.
          A cultura e a sabedoria são também adquiridas no dia a dia, na prática, nos convívios, no fazer, na curiosidade, no desejo de acertar, na leitura de livros, na leitura de mundo.  A teoria só se completa na experiência. E a inteligência, da qual somos todos dotados, permite descobrir, ampliar, inventar, exercitar o conhecimento, mesmo fora da escola.  Do contrário, estaríamos na idade da pedra.
          Hoje, há muitas facilidades para quem deseja estudar, mas, no passado, nem todos os pais podiam dar aos filhos estudo acadêmico completo. O que deveriam fazer esses filhos? Desanimar? Não procurar trabalho? Não se inserir no mercado de trabalho e deixar de contribuir com a sociedade? É claro que não! E o exemplo de pessoas que são realizadas e fazem bem à cidade e ao país, não tem conta. Do simples gari ao ex-presidente da república.
          Carraro é um homem de realizações. Há 26 anos edita o jornal “A Semana”. Já promoveu eventos de sucesso, com o “Maió e Mió” e outros acontecimentos sociais. É corajoso. Não se esconde sob máscaras ou pseudônimo. De cara à mostra, fala o que muita gente gostaria de falar. Não se omite, não cruza os braços.  Se há algum excesso em sua fala, ele tem conseguido segurar as consequências.  Defende suas ideias e é gente nossa!
          Lamentamos sua saída do programa da TV, mas acreditamos em sua volta. Desejamos continue no jornal e em promoções que tragam alegria e diversão ao povo. E ele sabe realizá-las muito bem.

Homenagem a Caratinga


           Caratinga está de aniversário. 164 anos de vida.
        Como falar da terra da gente?  Quais as palavras que poderei usar para falar dignamente da terra natal, do berço que acalantou e acalanta nossos sonhos?  Como conseguir a palavra mágica para descrever o amor de um filho por sua terra-mãe?   Todo gesto ameno será pequeno, toda palavra será pouca e cala na boca, porque não há expressões que possam traduzir com fidelidade o que é Caratinga, o que são seus filhos, meus irmãos de afeto e de solo com os quais convivo harmoniosamente.   Só mesmo de forma superficial, levemente, poderei falar do amor único que se dilata em mim, em nós que aqui nascemos ou vivemos.
          Caratinga é nossa casa. E casa da gente é o único lugar no mundo onde somos nós mesmos, sem artifícios ou formalidades.  Casa da gente é o lugar onde se chega e se pode tirar os sapatos, desabotoar o casaco, desapertar o nó da gravata.
          Caratinga é nossa casa maior onde convivemos com uma família maior. É aqui que vivemos, sonhamos , realizamos e somos felizes. Aqui é o lugar de rir e chorar, de errar e de acertar, de perdoar e amar. A mais esplendorosa cidade, não se iguala a nossa, ainda que humilde e pequena. Um paraíso dentro dos montes que a cercam. O grande poeta Fernando Pessoa, sob um de seus heterônimos Alberto Caieiro, escreveu lindamente: “O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia. Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia. Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia”. Nem precisava buscar tão longe um exemplo de preferência de um filho por sua terra. O poeta maior de Caratinga, Max Portes, já poetou em seu livro dedicado a nossa terra: Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá, todo lugar tem palmeiras, não as palmeiras de lá.           Nós podemos falar dos defeitos de Caratinga, mas se pessoas de fora disserem, é uma briga. Como nos faz mal!    Isso porque cidade da gente é abraço de mãe a estender afagos. Cada canto conta um conto, canta um canto de paz.  Cada rua conta a história da gente e candonga nossos segredos.     
            Caratinga é uma cidade progressista e boa para se viver. A parte física agrada aos olhos e a sensibilidade.  A Itaúna, a catedral, a Fafic, A Fic, as ruas, a iluminação, o asfalto, as flores, a praça ornamentada por palmeiras que desde sempre caracterizaram Caratinga. Só que para que existisse essa parte física tão bonita, com exceção da parte natural, foi necessário o material humano. 
Houve um sonho, um projeto e a realização que dependeram da vontade e das mãos humanas. Figuras de destaque construíram e constroem Caratinga, ontem e hoje.
          Há de se lembrar também do anônimo. Mãos anônimas edificaram tudo quanto existe aqui. No escondido, na simplicidade, no anonimato houve trabalhadores que derramaram o suor de seu trabalho colocando tijolo por tijolo nas pequenas e grandes construções, nas ruas de paralelepípedos, hoje asfaltadas. O professor que, mesmo com seu pequeno salário, formou gerações nas lições das salas de aula, dia após dia.         
            Caratinga é grande porque seus filhos são grandes. Tudo depende de nós. Manuel Bandeira, o grande poeta modernista escreveu um maravilhoso poema a sua terra natal, que diz:
          
            “Saí menino de minha terra / Passei 30 anos longe dela.
          De vez em quando me diziam:
             Sua terra está completamente mudada.
          Tem avenidas e arranha-céus / É hoje uma bonita cidade.
          Meu coração ficava pequenino.
          Revi afinal o meu Recife.
            Está de fato completamente mudado.
          Tem avenidas e arranha-céus / É hoje uma bonita cidade.
          Diabo leve quem pôs bonita a minha terra”.

            O poeta não gostou de ver as mudanças de sua terra porque queria encontra-se consigo mesmo nas dobras do passado. Queria rever sua infância, as ruas sem calçamento, a quitanda, a luz fraca dos candeeiros. Queria o passado para matar saudades.
          Mas para nós que vivemos aqui e assistimos ao desenvolvimento de Caratinga. Para nós que vivemos o dia a dia aqui, acompanhando cada mudança e desejando que tudo mude para melhor. Para nós que não sentimos saudade, sentimos o abraçar constante de nossa terra rumo ao progresso, pensamos diferente. Plagiando Manuel Bandeira, numa outra visão dizemos: Caratinga está completamente mudada. Tem avenidas e arranha-céus. É hoje uma bonita cidade. Deus abençoe quem pôs bonita a minha terra.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Irene Azzi Genelhu


           Há quase um mês perdemos nossa querida Lulu.  Deixa saudade imensa dos gestos e risos, das bondades e palavras boas com que enriqueceu família e amigos.
          Foi dama da moda caratinguense, liderando por mais de cinquenta anos a elegância e o bom gosto de trajar bem nos requintes da alta costura. Vestiu muitas gerações, não importando idade ou ocasião. Ela soube, como ninguém, apropriar a roupa bonita em cada freguesa, fazendo do momento de usá-la um instante especial.
          Muito charmosa  com seus cabelos prata, sorriso forte e olhos azuis. Sempre elegante nas festas, nas reuniões sociais, na igreja e até mesmo em casa.
          Minha madrinha amada. Trocávamos agrados e carinhos, não só em datas comemorativas, mas todos os dias com visitas, presentes e telefonemas.
          Hoje, ao olhar sua casa, antes tão cheia de luz, hoje tão silenciosa, as lágrimas me chegam. Para conforto, busco a mulher feliz que ela foi.  Noventa anos de vida, filhos fortes e bons, marido dedicado com o qual viveu por mais de cinquenta anos. Trabalhou, foi profissional respeitada e admirada, viajou por este mundo afora conhecendo cidades e países. Saúde invejável acompanhou seus passos. Alegre e forte, jamais esmorecia diante das dificuldades. Participante, manteve a juventude atualizando-se, trabalhando, lendo e convivendo com todos. Entendia os avanços do mundo sem recriminações, mas aceitando tudo como história. Com amor incondicional, trouxe filhos, netos e noras debaixo de suas asas de afeto. E suas mãos de exímia cozinheira preparavam pratos ao agrado de cada um. Religiosa, alimentou-se da fé, da adoração ao Santíssimo e da eucaristia. Guardava, como relíquias, as cartas de Padre Colombo que a chamava de mãe, reconhecendo seu zelo e cuidados.    Olhando, então, sua trajetória de paz e sucesso, vemos que Deus foi pródigo com ela, em graças e bênçãos. Na terra, não se pode alcançar maior felicidade. Só mesmo o céu é o limite.
          Ela deixa um vazio impreenchível porque era importante, mas não deixa amargura. Todos os que se acercaram dela buscam lembranças e bendizem sua fecunda caminhada. Nágila, Namur, Charbel, filhos diletos, e demais parentes recebam meus abraço de profundo pesar.
          Agradeço a Deus por ter me dado conviver com pessoa tão boa e amiga.  Agradeço por sua vida tão rica em virtudes e bens.
          Na certeza da ressurreição, vemos, agora, nossa Lulu rodeada de anjos usufruindo da merecida recompensa.
          

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Apoio precioso



          Aproximam-se as eleições. Nunca antes na história desta cidade houve tantas incertezas e expectativa.
          Os possíveis candidatos a prefeito são o centro das especulações. São até interessantes os “arranjos” feitos rua afora. Vejamos. O prefeito João Bosco pode sair do cargo, definitivamente, ou ficar e pleitear a reeleição.  Ernane, ponto alto nas pesquisas por seu governo de acertos e progresso, deve escolher para vice o Rafa, empresário de expressão, dinheiro e aglutinador da classe empresarial. Ou, quem sabe, possa haver outro nome que não seja o de Aluísio Palhares, antes cogitado, hoje impedido de ser candidato a vice. Poderá, no entanto, ser candidato a prefeito com chances de sucesso. A boa votação obtida no pleito passado, como candidato a deputado, e também por sua postura equilibrada, assumindo o cargo de prefeito no cumprimento da lei, garantem-lhe espaço.      Vem ainda Marco Antônio. Um nome que traduz renovação e certeza de bom governo, por ter sido  um secretário de saúde eficiente e por trazer na testa a estrela da honestidade e dos valores de família. Para vice, sugerem muitos nomes igualmente bons, e um deles é Eugênio Maria Gomes, dinâmico, inteligente  e do bem.
          Em meio a conjecturas, brilha com intensidade uma figura importante: Dr. Mauro Lopes. Considerado o deputado da terra, pela presença constante em nosso meio, pelo apoio aos projetos, pelo apreço à cidade e pela força política. Carismático, seu apoio é esperado e desejado. Um precioso apoio que poderá alavancar qualquer candidatura.  Voltam as especulações. Ele pode reiterar seu apoio ao João Bosco, considerando a experiência no cargo e as lições que ele poderá tirar das dificuldades.   Apoiar o Ernane, dizem ser impossível por causa de “diferenças” anteriores. Ao Marco Antônio, com o qual o deputado não tem arestas, é hoje a indicação mais evidente.        
Mas nosso ilustre deputado é hábil e “matreiro” ( no melhor sentido) como todo político de sucesso. Na certa, está esperando a melhor hora para se manifestar. Seu apoio poderá ser a algum candidato ou a ninguém, deixando livres correligionários e eleitores.  Só que essa opção poderá lhe trazer ônus.  Um deputado que não apoia ninguém, poderá ser interpretado como desinteressado ou comodista ou mesmo como alguém que “fica em cima do muro”. E, convenhamos, essas atitudes não combinam com o nobre deputado, sempre tão claro e autêntico.
          Vamos aguardar, lendo a cartilha do voto consciente, escrita e distribuída pelo MAC,

segunda-feira, 28 de maio de 2012

A palavra e seus caminhos


           A palavra – dom divino concedido somente ao ser humano – é a ferramenta mais importante da comunicação. Cores, sinais, imagens falam menos que as palavras. Quando a propaganda diz que uma imagem fala mais do que mil palavras, não é verdade. Uma imagem falaria muito mais do que mostra, se fosse interpretada com palavras que revelariam os achados na múltipla emoção de todos que a vissem e sobre ela falassem.
          Por ser tão importante, a palavra é faca de dois gumes. Com ela podemos elogiar e difamar, maldizer ou elogiar, dizer a verdade ou propagar a mentira. Ela está presente nas armações com o diabo e nos monólogos com Deus. Mal usada, ela fere mais que uma espada e faz desafetos eternos.
          A liberdade de expressão é um direito de todos. A liberdade de imprensa, que é uma forma de expressão, deve ser mantida a qualquer custo por ser um direito de todos e uma exigência da democracia. Embora seja alvo de censura e cerceamento, ela não constitui uma ameaça, pois à medida que um articulista se manifesta, ele é julgado por suas próprias palavras. Aquele que se aproveita da força da palavra para publicar inverdades ou maledicências, acarreta o descrédito para si mesmo. Quanto mais um comunicador fala disparates, mais vai minando sua credibilidade junto aos leitores. Ao vulgarizar a palavra, é ele que se vulgariza. Por isso, o escritor ressaltou: “Cuide que sua palavra seja melhor que seu silêncio.”
          Em meio ao calor da atual situação política de Caratinga, o ilustre advogado Dr. Mauro Bomfim, em entrevista, usou uma expressão que não combinou com a imagem que delineamos dele.    Usou mal a palavra. Esqueceu-se da ética.
          Filho do saudoso e competente causídico Dr. Afrânio Bomfim, recebeu do pai exemplos de trabalho brilhante nas lides forenses, e de cidadão compromissado com o bem no convívio com todos que o conheceram.   De família religiosa, assistiu ao cultuar dos valores eternos. Em artigos publicados, manifestou admiração pelo primo Deputado Dênio Moreira e sua caminhada política enobrecedoras do nosso passado. Vindo de um berço de grandezas e tendo lido as melhores lições de hombridade, causou-me estranheza sua observação que desagradou a muitos. Logo ele que deveria compreender, mais do que ninguém, a legitimidade do episódio.
          Quero acreditar que a expressão de mau gosto em momento impróprio, deveu-se a uma piada vazada da mesa de bar  para a publicidade. Uma lástima!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Marilene em Inhapim

        O Colégio Construindo (rede doctum) de Inhapim recebeu no dia 07/05, terça-feira, a escritora Marilene Godinho.     Esta visita nos proporcionou muita alegria, pois nossos alunos conheceram e se encantaram com as histórias contadas pela nossa escritora.Muitos foram os momentos lúdicos, com direito a fotos, conversas, trocas de experiências e viagem pelo mundo da imaginação.Temos a certeza de que, não só os alunos, como toda nossa equipe, muito aprenderam com este momento literário, fazendo assim uma ponte entre o prazer de ler, a leitura e a realidade.Nossos agradecimentos a Marilene Godinho, por esta oportunidade de crescimento aos alunos, pais e toda equipe do Colégio Construindo.Com a certeza de que teremos outros encontros, agradeço em nome de toda escola.(Rosângela Martins)
Algumas fotos do evento:












quarta-feira, 18 de abril de 2012

Meu sertão, meu violão

Belarmino
Ritinha, minha Ritinha,
vem aí uma festaça!
Lá no crube Caratinga
vai saí inté fumaça !

Sinhá Rita
Me conta tudo, meu bem,
sô doida com festa chic.
Só de pensá no glamur
dô inté estrimilique.

Belarmino
Lucrécia e a Bia Mussi
já estão com tudo em cima,
só pra fazê homenage
ao nosso Tião de Lima.

Sinhá Rita
Que beleza! Parabéns!
Isso já tava fartano.
Uma festa pro Tião
já tava é demorano!

Belarmino
Nóis somos é muito ingrato
de esquecê nosso Tião,
o seu lugá é de ouro
bem dentro do coração.

Sinhá Rita
Ele elevô Caratinga
com as noites de salão,
feiz festa bem requintada
de beleza e emoção.

Belarmino
O troféu Tião de Lima
vai brindá gente das boa!
Ele que tá lá no céu
vai ficá é rino  à toa.

Sinhá Rita
Vamos todos prepará!
Ta chegano o tar momento!
Pois o evento esperado
será um deslumbramento!

Belarmino
Vamos pro nosso cantinho
e pensá nessa festança!
No Palácio de Cristal
vai tê tudo quanto é dança.

Sinhá Rita
Enquanto a festa não vem,
o melhor é nóis sonhá,
pois no dia do Tião
nada vai nos segurá!

Aborto – difícil decisão

          O aborto tem sido um tema espinhoso pela dificuldade em ser aceito, e polêmico por implicar pros e contras. Nos debates, confrontam-se religião, ética e ciência.
          Atualmente, o assunto volta à tona por motivo específico. Trata-se da legalização, pelo STF, do aborto de anencéfalos, os fetos sem cérebro.
        Os que são a favor da legalização, argumentam ser constrangedor permitir à mulher carregar por nove meses um filho que não viverá mais que algumas horas após o nascimento. Ao saber da anomalia do feto, a mãe terá um tempo de gravidez sofrido e desesperançoso no aguardo da morte e não da vida. Também, nada há mais importante que a liberdade. Nestes tempos de ascensão da mulher, nada mais libertador que a possibilidade de eleger.
           Os que se posicionam contra, geralmente religiosos cristãos, argumentam ser a vida um dom de Deus, do nascimento à morte.  Consideram assassinato, mesmo ao feto de poucos dias de concepção, pois, não importando o tempo, ele é uma perspectiva de vida e guarda todas as características de um ser completo. É antiético matar, mesmo o feto anencéfalo que, embora tenha anomalia, é um ser vivo enquanto no útero materno.
          Os moderados, finalmente, deixam à mulher a última palavra.  Se ela não quiser abortar, não será obrigada a fazê-lo. Só por existir a lei que legaliza o procedimento nessas condições, não significa que todas as mulheres que fecundam anencéfalos devam abortá-los.
          O assunto parece resolvido, mas, na prática, há um longo caminho a vencer. Primeiro, o diagnóstico tem de ser 100% correto. Depois, será preciso garantir atendimento médico-hospitalar e disponibilizar acompanhamento psicológico à gestante. É bom lembrar das inúmeras pesquisas a mostrar um número grande de mulheres que, ao recorrer ao aborto, mesmo de anencéfalos,  ficaram com marcas profundas para a vida inteira. Vale também lembrar que o procedimento, mesmo com a aprovação da lei, é uma agressão ao feto e à mulher.
          O atendimento pelo SUS terá de ser eficiente, do contrário a gestante pobre – causa dos argumentos a favor do aborto – não será facilmente beneficiada.
       Em face dos valores morais e religiosos, a família – lugar onde todos nós recebemos ensinamentos e exemplo, deverá ficar atenta, mais ainda,  à formação dos filhos. Só tendo bons princípios, vivência da ética e segurança, é que a mulher poderá decidir sobre assunto tão relevante, sem sofrimentos e trauma.
         Imaginando as violências de nosso tempo e a crescente corrupção, não faltarão médicos charlatães que farão qualquer tipo de aborto como sendo de anencéfalos para beneficiar mulheres desonestas.  Aborto como forma de contracepção que já existe aos montes...

segunda-feira, 26 de março de 2012

Meu sertão, meu violão


Belarmino
Ritinha, nosso Brasil
tá na mão duma muié.
Pra dá certo vô torcê
com a força da minha fé.

Sinhá Rita
Na mão da Dirma Roussef
o país vai só pra frente,
pois as muié tem um jeito
de governá diferente.

Belarmino
Inda num vi nada bão,
só vejo resto do Lula.
Seguino as orde do chefe,
ela se esconde e se anula.

Sinhá Rita
Vancê tá muito enganado!
A Dirma é forte muié.
Sem o Lula percebê,
vai chegá aonde quer.

Belarmino
Ela faiz aquele alarde,
diz que não qué o malfeito,
só põe e tira ministro,
E fica do mesmo jeito.

Sinhá Rita
Nada disso! Ela nomeia
gente boa de verdade.
Iscoieu a Graça Foster
que é lá da nossa cidade.

Belarmino
Nunca vi cassá ministro
e chorá na despedida.
Isso é coisa de muié
quando fica arrependida.

Sinhá Rita
Admiro a nossa Dirma!
E o mundo lhe faz agrado!
Na abertura da ONU,
ela brilhou no recado!

Belarmino
Vamo pará de brigá
e ir pro nosso cantinho.
O importante na vida
é ter amor e carinho.

Sinhá Rita
Com o Lula ou sem o Lula,
a Dirma vai governá.
Mas eu sem vancê, meu bem,
Já não sei o que será.


Carece de explicação
Meu sertão, meu violão é um diálogo entre o marido e a mulher. Eles são da roça e vivem um casamento feliz, embora haja divergências de ideias entre eles. No fim, como acontece nos casamentos felizes, eles acabam fazendo as pazes na cama. Se houver uma palavra mais “caliente”, peço perdão, fica tudo por conta do carinho.

Chico Anysio


Chico Anysio

Morre Chico Anysio, o inimitável, o grandioso, o gênio.
Nascido no Ceará, veio para o Rio de Janeiro aos 7 anos de idade, já demonstrando um pouco do artista que seria: gostava de imitar as pessoas e fazer piadas.
Por 65 anos dedicou-se à arte de forma eloquente, exercitando os múltiplos dons. Foi humorista de primeira grandeza, ator, compositor, cantor e pintor.
Trabalhou no rádio e na tv. Na Globo, ficou conhecido do  grande público como mestre do humor. Criou 209 personagens, numa demonstração de sua genialidade. Cada uma de suas criações, além de divertir as pessoas, representava momentos da vida cotidiana e traduzia um pouco de todos nós. Com sensibilidade, entendia e adivinhava a alma do brasileiro.
Não fazia, apenas, o humor comum que arranca risos pela criatividade da piada, mas o humor com causa e meta por denunciar o que andava errado no país.   Incomodado com a injustiça, fazia críticas, sátiras, deboches com a força do talento, tornando seu texto tão simpático e necessário, que nem mesmo foi censurado pela ditadura militar, antes, tornou-se amigo de presidente Figueiredo pela sutileza em dizer verdades.
Interpretando o impagável professor Raimundo com sua escolinha, agradou  telespectadores de todas as idades, sagrando-se  ícone do humor inteligente.  Nesse quadro, deixou claros o desprendimento e a solidariedade ao resgatar os atores antigos e dar oportunidade aos novos. E todos se dizem credores de seus ensinamentos e sua amizade.
Suas músicas foram cantadas por grandes interpretes e suas telas expostas em museus e mostras do país.
Um artista único de nosso tempo com grandes atividades, ainda deixa marcas de sua notável dimensão humana. Generoso com os colegas, dedicado à família e humilde diante do sucesso.  Foi gentil e grato até no último desejo. Pediu que metade de suas cinzas fosse para a terra natal, e que a outra metade ficasse no Projac – centro de gravações da rede Globo – onde trabalhou durante o tempo mais fecundo de sua vida, alavancou a audiência e conquistou amigos para sempre.
Em recente entrevista, disse: “não tenho medo da morte, tenho pena.”  E nós também sentimos pena de perder um artista tão completo, uma pessoas tão cheia de lições. Pena de perder alguém que, por tantos anos, alegrou a vida da gente.
Vai fazer falta. E, por ser irrepetível – como definiu Ziraldo – não haverá outro. No lugar vazio, o conforto no verso do poeta: “é melhor sentir saudades do que caminhar vazio.” E que saudade!