quinta-feira, 23 de abril de 2015

Maioridade penal

                                      
          A redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos, será votada nesta semana.  Por ser um tema importante, implica prós e contras, e  merece conhecimento e reflexão.
          Os crimes praticados por adolescentes estão cada vez mais frequentes e violentos. A primeira atitude da sociedade, inflamada pela comoção, é desejar castigá-los duramente. O argumento recorrente para justificar a maioridade penal baseia-se no óbvio: se o jovem tem capacidade para arquitetar um crime, lançar mão de uma arma e matar, ele também pode ser responsabilizado pelo ato do qual teve consciência e participação nele, como se fora  adulto. A revolta acomete a todos e, conforme a gravidade do delito, o clamor se eleva exigindo punição severa.
          No entanto, para o bem do menor infrator e da sociedade, a solução não é tão simples assim.  Muitas entidades e inúmeros juristas de renome são contra a medida.  Pontuam que o adolescente levado às prisões brasileiras, vai se sentir desamparado e inseguro ao se deparar com uma situação nova, sujeito ainda à violência, inclusive sexual.  Conforme alerta o doutor Dráuzio  Varela,  o jovem, no convívio com bandidos de longa data, profissionais do crime, e mesmo por sobrevivência e fragilidade, deverá se unir a uma das facções criminosas do presídio. Terá, então, apoio, dinheiro para pagar a ida da mãe às visitas e ajuda à família. Cumpre a pena e sai comprometido com os criminosos. Como não tem, muitas vezes, estrutura familiar sólida,  escolaridade, e já envolvido nesse submundo, seguramente vai continuar no crime, na venda de drogas e levado a trilhar  outros caminhos obscuros.  Então, a prisão só como castigo, não surtirá  bom efeito.
          O objetivo da prisão é punir e reabilitar para que o detento volte à sociedade apto a conviver. A cadeia, como se tem visto, não tem reabilitado ninguém. O sistema prisional brasileiro, cheio de falhas, é outra questão a ser considerada. Haja vista a superlotação dos presídios brasileiros que coloca o país no 4º lugar do mundo, atrás somente dos Estados Unidos, China e Rússia.
          Se as medidas socioeducativas fossem cumpridas, certamente haveria melhor resultado.  O ECA (Estatuto  da Criança e do Adolescente) aponta os estágios dessas medidas: advertência, obrigação de reparar o erro, prestar serviços comunitários, liberdade assistida, semiliberdade, internação. O adolescente pode ficar até 9 anos na medida socioeducativa: 3 anos interno, 3 anos semi-interno e 3 anos em liberdade assistida.  O Estado deverá acompanhá-lo e ajudá-lo em sua reintegração na sociedade.  Órgãos internacionais recomendam que, na execução das medidas socioeducativas, haja um sistema de justiça  especializado para julgar, processar e responsabilizar  menores de 18 anos.      Essas medidas podem ser a solução, mesmo porque não adianta endurecer as leis se o Estado não as cumpre. Portanto, o ingresso de adolescentes em nosso sistema carcerário só faria aumentar o número de bandidos, pois os afastaria das medidas socioeducativas.
          É preciso ressaltar que não há dados comprobatórios  da eficácia da redução da maioridade.  O rebaixamento da idade não tem reduzido a criminalidade infantil em países que o adotaram.  O que se tem provado é que a ação dos governos e da sociedade nas instâncias psíquicas, sociais, políticas e econômicas, contribui realmente para a diminuição dos crimes cometidos por menores.  Também, os dados da UNICEF mostram que em países que adotaram as medidas socioeducativas com precisão, o índice de reincidência é de 20%, e 80% são recuperados.
          Tratar-se do efeito e não da causa, não resolve. Sob esse aspecto, é imprescindível  lembrar que o adolescente infrator não surge por acaso. É fruto da injustiça social que agrava a pobreza em que vive, seguida da falta de afeto familiar e Educação – direito básico do cidadão. A punição inadequada nas prisões tira do jovem a chance de se tornar um cidadão consciente e feliz. A maioridade penal tem caráter de vingança e não de solução. Segundo o jurista Marcus Vinícius Furtado Coelho, presidente da OAB, o Estado que não tem políticas educacionais , de Saúde, de lazer, de  desporto, e que não possui uma política de entrada do adolescente no mercado de trabalho, que não cumpre um sistema para reeducar, certamente não possui legitimidade  para diminuir a maioridade penal.
          Por todos esses motivos, talvez não valha a pena jogar os menores infratores na cadeia. Ela não os entrega melhorados  à sociedade. Só serve para lavar a consciência dos que se omitem diante de medidas de recuperação eficazes, mas que, por incompetência ou descaso, são esquecidas. 
          Se cada votante pensasse no filho menor de idade lançado nas masmorras brasileiras, talvez lutasse mais para que as medidas socioeducativas fossem cumpridas.  Quando vejo menores assassinos na tela da TV, penso: veja o que nós fizemos com ele...

         

          

                                      
          

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Agradecimento do Dr. Igor

Bom dia, Marilene,
Primeiramente, queria dizer MUITO OBRIGADO.
Com apenas doze anos de profissão, jamais esperava ser homenageado por alguém, muito menos por uma grande escritora de tamanha envergadura moral como você.
Aos 11 anos de idade fui ao lançamento do livro “Lua de Rapadura”, se não me engano aconteceu no antigo Cine Brasil. Assisti àquele espetáculo de dança e poesia; jamais esperava que um dia aquela renomada escritora fosse escrever algo sobre mim, com tanta gente legal para ser lembrada na nossa Caratinga...
Os médicos geralmente são supervalorizados pelo fato de terem a capacidade de aliviar as dores físicas das pessoas com suas simples prescrições. Quem dera se a população tivesse uma pequena noção como os escritores são capazes de fazer muito mais: aliviam as dores da alma...
Jamais terei belas palavras para expressar o efeito das suas palavras. Minha gratidão é apenas uma gota de água que pinga lentamente no seu oceano de conhecimento e generosidade.
Semana passada, cometi um erro médico. Nós, médicos, quando erramos, sentimos uma dor que não podemos descrever. Dor essa que fere os nossos mais profundos sentimentos, o sentimento de “primum non nocere”. Essa dor nenhum remédio prescrito alivia.
Saiba que suas palavras vieram no dia seguinte do fato. Vieram de Deus através de uma grande mulher, com moral para pronunciá-las e  que tem competência para articular muito bem as palavras de forma escrita e verbal. Só assim seria possível o alívio... Não vejo outra forma.
Pelas lindas palavras e por aliviar minha dor: Muito obrigado!
           
Igor de Oliveira Claber Siqueira



Landislene Gomes Ferreira

       
        Acaba de assumir a direção da Superintendência Regional de Ensino, a professora Landislene Gomes Ferreira, nossa estimada Landinha, como é chamada carinhosamente. 
Toda vez que alguém alcança um cargo que exige responsabilidade e esforço, nosso primeiro desejo é enviar-lhe votos de sucesso. Torcer e ajudar a quem dirige é a forma mais correta de contribuir para o bem de todos.
Landinha é comunicativa e dinâmica. Duas qualidades despontaram em sua atuação como professora e diretora de escola.  Chegam até nós os ecos de um trabalho muito bom na área educacional sublinhado pela simplicidade e acolhimento que a fazem humana, gente como a gente.
Nasceu em Mendes Pimentel, mas foi em Caratinga que deixou e deixa o melhor de sua lida abnegada. Em reconhecimento, é cidadã honorária de nossa terra, cidade que ela ama e, por causa do grande afeto, é onde plantou o próprio coração.
É filha de Jader Gomes Ferreira e Francisca Alves Barreira. Vivenciou com duas irmãs e um irmão, um lar modesto, mas cheio das bênçãos do alto. Graças atraídas pelo exemplo do pai e pelas virtudes da mãe, profundamente religiosa. Mulher exemplar, que deixa na alma dos filhos a fé e a caridade de todos os momentos, mais preces e o refúgio da comunhão diária.
Estudou na Escola Estadual “Nossa Senhora Aparecida” em Mendes Pimentel, de 1ª a 7ª série. Em Caratinga, estudou no Colégio Estadual e Polivalente, cursando o magistério na Escola Estadual “Princesa Isabel” e pedagogia no Unec.  Por 12 anos exerceu o magistério e por 11 anos dirigiu a Escola Estadual “Maria Alves da Silveira” em Santa Luzia.
Foi uma criança estudiosa e participante de festas e comemorações na escola. Por seu desempenho sempre brilhante, era convidada a se apresentar. Declamava poemas com emoção e proferia discursos em momentos culturais, arrancando aplausos entusiastas da plateia. Mas, justificando sua grande vivacidade, era também muito levada. Inquieta, subia nas goiabeiras, juntava a meninada para brincar de casinha, teatro, numa algazarra sem fim.   Cresceu, estudou e lecionou por muitos anos. Como diretora dedicada e competente, angariou  a admiração de quantos conheceram seu desempenho. Amigos enaltecem suas realizações e louvam sua maneira de ser pontuada pela humildade no enfrentamento de dificuldades e desafios. Professor Antônio Fonseca, reitor do Unec, é seu amigo, aposta no êxito de sua gestão e lhe hipoteca o apoio certo. Heloísa Chálabi foi sua professora na faculdade e inspetora de sua escola. Conhece em detalhes sua luta pelas causas da Educação e, por isso, proclama seu tino administrativo e seu carisma. Lembra a reforma da escola empreendida por ela. Tanto se empenhou que a instituição ganhou roupagem nova, moderna e bonita, proporcionando aos alunos, aos professores e à comunidade, um espaço físico de qualidade. O ilustre Dr.Mauro Lopes, a quem Landinha deve sua indicação, disse que o peso de sua escolha pautou-se nos méritos dela. Pontuou, ainda, que só colocaria num cargo tão importante, um elemento de sua total confiança, que reunisse valores a garantir um comando eficiente em benefício da Educação e de Caratinga, terra dos encantos dela e do deputado.
Alegre e de fácil convívio, conquistou o povo de Santa Luzia. Quando promovia momentos culturais ou festa beneficente, ninguém faltava. Arrebanhava todo mundo na magia de sua liderança e também porque a população desejava prestigiar as boas iniciativas.
Otimista, espera sempre o melhor, mesmo em situações difíceis. Não é de desanimar diante do desconhecido, mas reveste a alma de orações, cerca-se de bons elementos e colhe vitórias.
Diretora amiga, acreditava no potencial do professorado que sempre ultrapassava as expectativas para corresponder ao esperado. Atendia, sempre que possível, as reivindicações, e incentivava projetos e festava conquistas.   Fazia do aluno o centro de seu trabalho, proporcionando qualidade de ensino e carinho.
É casada há 22 anos com Edson Correia da Silva. Três filhos – Maria Eduarda,   Laís Tâmara e Edson Filho – fazem a alegria do casal.  O marido definiu o valor dessa esposa companheira com poucas palavras: “Ela é tudo para mim”. Mãe do colo, do diálogo, da paz.  Dona de casa prendada que faz de suas idas à cozinha um momento de dar água na boca com feitura de pratos da culinária mineira. Frango com quiabo, arroz com suã, lombo recheado são algumas das delícias com as quais prova que peixe morre é pela boca.
Os propósitos dela são carregados de grandeza. Deseja dirigir para todos e fomentar tudo que poderá engrandecer a área educacional, escolas e funcionários.  Nota-se nela uma sinceridade tão visível, que será impossível não colher os frutos semeados com tanta boa vontade.
Na certeza de seu êxito, pedimos a Deus abençoá-la. Como piedosa ministra da eucaristia no Santuário de Adoração Perpétua de Caratinga, encontrará fortaleza e sabedoria emanadas da presença divina de Jesus sacramentado.  Seja feliz, muito feliz!




Recital de poesias na E.M.Almério de Rezende - Ubaporanga/MG

No dia 10 de abril (sexta-feira), a escritora Marilene Godinho esteve presente no Recital de Poesias realizado na E.M. Dr. Almério de Rezende em Ubaporanga-MG.

A escritora contou uma história incentivando a leitura e que agradou muito a criançada.
          O Recital contou com apresentações encantadoras dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental que ficaram lisonjeados pelo carinho e atenção recebidos da escritora Marilene.
          A comunidade presente ficou honrada  pelo desempenho dos pequenos bem como ficou feliz pela presença da escritora. 







sexta-feira, 10 de abril de 2015

Dr. Ígor de Oliveira Cláber Siqueira


Quero reiniciar minha participação no Diário de Caratinga retratando uma figura iluminada e querida, para que meu recomeço seja, também, de luz e bem. Trata-se de Dr. Ígor de Oliveira Cláber Siqueira.   A trajetória e as virtudes desse jovem médico são motivo de admiração e aplauso.  Duas qualidades se sobressaem em sua maneira de se conduzir: a caridade e a abnegação.   Aqueles de seu convívio, bem como os beneficiados de sua conduta médica, são unânimes em reconhecer nele um apóstolo da medicina revestido das graças do alto. Tão especial, que o terreno e o divino se fundem em seus gestos. Profundamente humano, enquanto busca a cura para os males do corpo, leva ainda o alimento para a alma. Sua presença vai além do profissional estudioso e competente, extrapola e atinge as fibras de dentro, as raízes da dor. Isso porque ele sabe o valor da escuta. Ele usa essa ferramenta, não só para conhecer as queixas que auxiliam  exames e diagnóstico, mas para auscultar as emoções e descobrir a lágrima oculta.  Sabendo que a arte de escutar é importante  também no relacionamento com todos na vida cotidiana,  o grande escritor e psicólogo Rubem Alves afirmou: é na escuta que nasce o amor, e é na não escuta  que ele se acaba.     E Ígor  escuta com a mente de médico e com  o coração de amigo. Sem pressa, sem ansiedade, como se cada paciente  fosse único. 
A especialidade escolhida  é completamente condizente com sua vocação : médico de família. No  interior dos lares  ele se realiza porque sabe, como ninguém, que o sofrimento de um ente familiar acaba por tocar todos da casa.   Com a mesma disposição e carinho de todos os dias, sobe à periferia, entra nas casas simples e ali deixa  o conhecimento profissional  e a sabedoria dos que veem no outro a imagem do Cristo.  Por gostar do que faz, por  inspiração divina e pela experiência adquirida no exercício da compreensão, ele tem levado a cura e o alento. As famílias que tiveram o privilégio de tê-lo à cabeceira em momentos de doenças graves, não têm palavras para expressar elogios e agradecer o desvelo e as palavras sábias suscitadoras da fé, como se fossem  sopradas por Deus.   
            Ígor nasceu em Caratinga no dia   20 de maio de 1979. É filho de Jorge Cláber Moreira de Siqueira e Rody de Oliveira Cláber Siqueira.
Tem uma irmã, a Sabrina. Amigos muito unidos, sempre souberam trocar boas ideias. E, segundo o pai, ela foi sua inspiração na caminhada de generosidade e entrega ao próximo.  Dotada do mesmo espírito de bondade, soube ser-lhe exemplo vivo com  exortações de espiritualidade.
Ele teve uma infância feliz e comum às crianças de seu tempo. Tímido, mas gostava de ser filmado fazendo artes e mesuras. Afetuoso com os parentes, tem na tia Ana Zélia uma segunda mãe, e dela guarda lembranças dos mimos, dos sorvetes nas tardes de verão e dos passeios na roça.
Casado com Rafaela Marques de Lima Cláber, têm dois filhos: Clara e Pedro.  Pai  carinhoso e presente; esposo dedicado, companheiro. Se para os de fora é tão comprometido e afetuoso, o que dirá para com os de casa. Rafaela, que não poupa elogios ao marido, é  esposa e mãe zelosa , pessoa delicada e amável.
Ígor estudou na escola Professor Jairo Grossi, sendo aluno aplicado. Venceu o concurso promovido pela instituição com a finalidade de escolher o logotipo da escola. Original, o emblema leva a marca de seu talento.  Estudou em Viçosa e cursou medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora. 
Trabalhou no Posto de Saúde do Bairro das Graças e ali conquistou a população com seu jeito de se doar a todos. Hoje, além da função de médico de família, dá assistência aos presídios. E, por conta dos bons resultados, ministra palestras, participa de livros com artigos sobre saúde presidiária.
Diante de uma vida tão fecunda e de tantos acertos, agradecemos ao Ígor pela entrega de si mesmo em favor dos que sofrem. Só Deus poderá pagar-lhe por nós com bênçãos de saúde, alegrias e paz. Que lhe seja dada sempre a mesma paz que ele semeia na estrada de todos.  Ígor merece por não ter enterrado os talentos dados pelo Deus, antes, tem procurado multiplicá-los em favor do próximo.