domingo, 7 de fevereiro de 2021

O aborto novamente em pauta

 


Há pouco, a Argentina legalizou a prática do aborto no país. Estabelece que as mulheres têm direito de interromper a gravidez até a 14ª semana de gestação.  Passa a ser o 67º país a ter o aborto legalizado, argumentando que “o aborto seguro, legal e garantido por lei amplia os direitos das mulheres e garante a saúde pública”.

Diante dessa legalização, as discussões sobre o aborto retornam.

Por ser católica, preocupo-me com a parte religiosa, sobre os ensinamentos de Deus. Busco a doutrina oficial da Igreja que, sobre esse ponto, é terminantemente contra, taxativa e se propõe como definitiva.

O ponto principal da argumentação da Igreja é a defesa da vida, reiterada como um princípio absoluto, imutável e intangível. A existência de uma pessoa humana, sujeito de direitos, desde o primeiro momento da concepção, é o pressuposto para se considerar a interrupção da gravidez como um ato homicida em qualquer momento da gestação e sob quaisquer condições.  A sacralidade da vida humana e a condição da pessoa do embrião fundam a condenação incondicional do aborto, integrando argumentos de ordem religiosa, moral e biológica.

A condenação da interrupção voluntária da gravidez funda-se numa proposição de fé, segundo a qual a vida humana tem caráter sagrado por ser um dom divino.  O papa Paulo VI, citando Pio XII, não deixa dúvidas: “Cada ser humano, também a criança no ventre materno, recebe o direito de vida imediatamente de Deus, não dos pais, nem de qualquer sociedade ou autoridade humana”. Atentar contra a vida é atentar contra o próprio Deus. Do direito à vida derivam todos os outros direitos.

Uma vez que, segundo o magistério da Igreja, desde o primeiro momento de fecundação há uma pessoa humana completa, o aborto torna-se um ato moralmente inaceitável e condenável, verdadeiro homicídio. E provocar a morte de um ser humano inocente constitui uma situação de tríplice injustiça: contra a soberania de Deus, único Senhor da vida; contra o próximo, que é privado do direito de existir como pessoa; e contra a sociedade que perde um de seus membros.

O documento de 1984 da CNBB: “Por ser um supremo dom natural de Deus, todo ser humano deve ser preservado desde o primeiro instante da concepção, sustentada, valorizada e aprimorada. São inaceitáveis, como atentado contra a vida humana, o aborto, o genocídio, a eutanásia, a tortura, a violência física, psicológica ou moral, assim como qualquer forma injusta de mutilação”.

No Brasil, essa prática não virá tão cedo, pois os governantes e a maioria do povo são contra o aborto. Preocupa-nos a situação atual dos Estados Unidos, pois o novo presidente, Joe Biden, é a favor do aborto. Isso significa que o número de mortes de crianças será imensamente grande. Considerando que a maioria das mulheres faz do aborto um anticoncepcional e, pelas recentes pesquisas, mais de 20 mil crianças foram mortas por aborto, considerando os países que o adotam.  

Só nos resta rezar para que Deus nos ajude e ajude a tantas crianças que poderão morrer.  Os abortistas dizem que o aborto é uma conquista da mulher. Imaginem, uma conquista de matar!  E a vida continua e, a cada dia, vemos atos absurdos acontecendo. Só mesmo um milagre poderá conter tantas vidas interrompidas.

Os católicos esperam que o papa Francisco pronuncie sobre o assunto, já que ele é argentino e é uma voz potente digna de consideração. Quanto mais houver vozes contra o aborto, mais as mulheres poderão se conscientizar, pois a lei que legaliza o aborto não precisa ser usada pelas mulheres que não concordam com ela. 

Marilene Godinho

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