Há
pouco, a Argentina legalizou a prática do aborto no país. Estabelece que as
mulheres têm direito de interromper a gravidez até a 14ª semana de
gestação. Passa a ser o 67º país a ter o
aborto legalizado, argumentando que “o aborto seguro, legal e garantido por lei
amplia os direitos das mulheres e garante a saúde pública”.
Diante
dessa legalização, as discussões sobre o aborto retornam.
Por
ser católica, preocupo-me com a parte religiosa, sobre os ensinamentos de Deus.
Busco a doutrina oficial da Igreja que, sobre esse ponto, é terminantemente
contra, taxativa e se propõe como definitiva.
O ponto
principal da argumentação da Igreja é a defesa da vida, reiterada como um
princípio absoluto, imutável e intangível. A existência de uma pessoa humana,
sujeito de direitos, desde o primeiro momento da concepção, é o pressuposto
para se considerar a interrupção da gravidez como um ato homicida em qualquer
momento da gestação e sob quaisquer condições.
A sacralidade da vida humana e a condição da pessoa do embrião fundam a
condenação incondicional do aborto, integrando argumentos de ordem religiosa,
moral e biológica.
A
condenação da interrupção voluntária da gravidez funda-se numa proposição de
fé, segundo a qual a vida humana tem caráter sagrado por ser um dom
divino. O papa Paulo VI, citando Pio
XII, não deixa dúvidas: “Cada ser humano, também a criança no ventre materno, recebe
o direito de vida imediatamente de Deus, não dos pais, nem de qualquer
sociedade ou autoridade humana”. Atentar contra a vida é atentar contra o
próprio Deus. Do direito à vida derivam todos os outros direitos.
Uma
vez que, segundo o magistério da Igreja, desde o primeiro momento de fecundação
há uma pessoa humana completa, o aborto torna-se um ato moralmente inaceitável
e condenável, verdadeiro homicídio. E provocar a morte de um ser humano
inocente constitui uma situação de tríplice injustiça: contra a soberania de
Deus, único Senhor da vida; contra o próximo, que é privado do direito de
existir como pessoa; e contra a sociedade que perde um de seus membros.
O
documento de 1984 da CNBB: “Por ser um supremo dom natural de Deus, todo ser
humano deve ser preservado desde o primeiro instante da concepção, sustentada,
valorizada e aprimorada. São inaceitáveis, como atentado contra a vida humana,
o aborto, o genocídio, a eutanásia, a tortura, a violência física, psicológica
ou moral, assim como qualquer forma injusta de mutilação”.
No
Brasil, essa prática não virá tão cedo, pois os governantes e a maioria do povo
são contra o aborto. Preocupa-nos a situação atual dos Estados Unidos, pois o
novo presidente, Joe Biden, é a favor do aborto. Isso significa que o número de
mortes de crianças será imensamente grande. Considerando que a maioria das
mulheres faz do aborto um anticoncepcional e, pelas recentes pesquisas, mais de
20 mil crianças foram mortas por aborto, considerando os países que o adotam.
Só
nos resta rezar para que Deus nos ajude e ajude a tantas crianças que poderão
morrer. Os abortistas dizem que o aborto
é uma conquista da mulher. Imaginem, uma conquista de matar! E a vida continua e, a cada dia, vemos atos
absurdos acontecendo. Só mesmo um milagre poderá conter tantas vidas
interrompidas.
Os
católicos esperam que o papa Francisco pronuncie sobre o assunto, já que ele é
argentino e é uma voz potente digna de consideração. Quanto mais houver vozes
contra o aborto, mais as mulheres poderão se conscientizar, pois a lei que
legaliza o aborto não precisa ser usada pelas mulheres que não concordam com
ela.
Marilene
Godinho
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