Dia
8 de março é o dia internacional da mulher. Muito justa a homenagem
considerando os sofrimentos, preconceitos e lutas da mulher durante séculos.
Considerando, também, as conquistas, mesmo que debaixo de batalhas e incompreensões.
Durante
séculos perdurou a imagem da mulher em condições equivalentes à de escrava; ser
livre era somente um direito dado ao homem. As funções principais femininas
eram a reprodução, a amamentação e a criação dos filhos.
Na
idade média havia grande perseguição às mulheres num movimento chamado “Caça às
Bruxas”. As bruxas eram as mulheres que agiam contra o tradicional e
inquestionável sistema. Houve até a publicação de um manual que fazia
referência ao texto sagrado sobre a criação da mulher, justificando sua
inferioridade por ter sido formada de uma costela defeituosa de Adão, por isso
ela seria um ser humano imperfeito.
No
século XIX veio o capitalismo e o desenvolvimento da tecnologia. Então, a
mulher pôde trabalhar nas fábricas, mas com remuneração pequena. Era um duplo
trabalho, pois as mulheres trabalhavam muito dentro e fora de casa.
As
mulheres sempre insatisfeitas desejavam que a situação de inferioridade
mudasse. E um rasgo de mudança aconteceu
a partir do Iluminismo e da Revolução Francesa.
Com
o desenvolvimento das cidades e do constante progresso, as mulheres puderam
fazer reivindicações para conseguirem direito semelhante ao dos homens. Mas
tudo era feito com medo e sempre recebiam represálias. O machismo, como sempre,
estava enraizado na alma do homem. No entanto, muitas mulheres conseguiram se
destacar pela força do temperamento forte, do talento e do desejo de melhorias
para a classe. Com esforço, conseguiram o direito de estudar e de votar. Aos
poucos foram marcando seu lugar na luta pela igualdade de direitos.
Um
dos pontos mais sofridos para a mulher foi, justamente, no convívio com os
maridos. Machistas e preconceituosos, tratavam as esposas com rispidez e até
com violência, certos de que elas não poderiam viver longe deles por não
trabalharem e, por conseguinte, não terem dinheiro para a manutenção delas e
dos filhos. Aliás, antigamente, a mulher que se separasse do marido era mal
vista pela sociedade e, às vezes, considerada prostituta. A culpa
da separação era sempre dela. Também as
traições que as mulheres tinham de suportar eram um calvário sem remédio.
As
conquistas foram chegando e a mulher, hoje, já adquiriu muitos direitos. Na
literatura, no emprego público e em outras ocupações, ela já mostrou sua grande
capacidade e talento. Muitas mulheres, ao longo da história, têm seu nome e
suas realizações marcantes. Mas ainda
temos um caminho de conquistas pela frente. Haja vista o feminicídio que tem
ceifado a vida de tantas mulheres pelos machistas sem ética e ainda acreditando
que ser homem é não deixar que a mulher seja valorizada e possa exercer seus
direitos. É uma questão de mentalidade, de conscientização. Como esses valores
não podem ser impostos, a situação vai se arrastando à espera de uma solução
efetiva.
Não
podemos deixar de mencionar os homens que sempre souberam respeitar a mulher.
Muitos eram gentis, educados e até apoiadores dos feitos dela.
Parabéns
a todas as mulheres! Que possamos continuar propondo nossos direitos e sermos a
parte sensível e amorosa da sociedade. Nossa grande alegria é a maternidade. Só
nós podemos conceber um ser humano, amamentá-lo e ensinar-lhe o caminho do
bem. Que mesmo em lutas, possamos ser a
ternura, a paz e o verdadeiro amor.
Marilene
Godinho
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