segunda-feira, 28 de maio de 2012

A palavra e seus caminhos


           A palavra – dom divino concedido somente ao ser humano – é a ferramenta mais importante da comunicação. Cores, sinais, imagens falam menos que as palavras. Quando a propaganda diz que uma imagem fala mais do que mil palavras, não é verdade. Uma imagem falaria muito mais do que mostra, se fosse interpretada com palavras que revelariam os achados na múltipla emoção de todos que a vissem e sobre ela falassem.
          Por ser tão importante, a palavra é faca de dois gumes. Com ela podemos elogiar e difamar, maldizer ou elogiar, dizer a verdade ou propagar a mentira. Ela está presente nas armações com o diabo e nos monólogos com Deus. Mal usada, ela fere mais que uma espada e faz desafetos eternos.
          A liberdade de expressão é um direito de todos. A liberdade de imprensa, que é uma forma de expressão, deve ser mantida a qualquer custo por ser um direito de todos e uma exigência da democracia. Embora seja alvo de censura e cerceamento, ela não constitui uma ameaça, pois à medida que um articulista se manifesta, ele é julgado por suas próprias palavras. Aquele que se aproveita da força da palavra para publicar inverdades ou maledicências, acarreta o descrédito para si mesmo. Quanto mais um comunicador fala disparates, mais vai minando sua credibilidade junto aos leitores. Ao vulgarizar a palavra, é ele que se vulgariza. Por isso, o escritor ressaltou: “Cuide que sua palavra seja melhor que seu silêncio.”
          Em meio ao calor da atual situação política de Caratinga, o ilustre advogado Dr. Mauro Bomfim, em entrevista, usou uma expressão que não combinou com a imagem que delineamos dele.    Usou mal a palavra. Esqueceu-se da ética.
          Filho do saudoso e competente causídico Dr. Afrânio Bomfim, recebeu do pai exemplos de trabalho brilhante nas lides forenses, e de cidadão compromissado com o bem no convívio com todos que o conheceram.   De família religiosa, assistiu ao cultuar dos valores eternos. Em artigos publicados, manifestou admiração pelo primo Deputado Dênio Moreira e sua caminhada política enobrecedoras do nosso passado. Vindo de um berço de grandezas e tendo lido as melhores lições de hombridade, causou-me estranheza sua observação que desagradou a muitos. Logo ele que deveria compreender, mais do que ninguém, a legitimidade do episódio.
          Quero acreditar que a expressão de mau gosto em momento impróprio, deveu-se a uma piada vazada da mesa de bar  para a publicidade. Uma lástima!

2 comentários:

  1. Parabéns Marilene pelo bom uso da palavra na crítica à palavra mal usada. O argumento é a principal ferramenta, o principal instrumento dos advogados e, especificamente nesse episódio, faltou argumento ao ilustre advogado.
    Parabéns pelo BLOG, grande beijo do seu admirador.
    Prof. Eugênio Maria Gomes

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  2. Eugênio,
    O seu parecer é muito importante para mim porque você tem conhecimento da situação de Caratinga, sabe escrever e tem discernimento para fazer uma crítica construtiva.
    Obrigada por suas palavras e espero continuar merecendo sua atenção. E continue me acompanhando.
    Um abraço.

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